Política

Moradores de Pacaraima contestam matéria do Fantástico

Uma reportagem veiculada nacionalmente no Fantástico no último domingo, 26, abordou a relação entre os moradores do município de Pacaraima e os imigrantes venezuelanos e foi contestada pelos moradores do município fronteiriço. Na matéria exibia uma mulher, que estaria morando em Pacaraima há dois anos e seis meses, foi mostrada como alguém que ajudou a proteger crianças imigrantes e saiu em defesa dos venezuelanos expulsos em conflito ocorrido na semana passada na fronteira.

O ex-prefeito do município, Chico Roberto, procurou a Folha para narrar outra versão da história e relatou que há três anos a população de Pacaraima está em uma situação delicada e que o confronto entre brasileiros e venezuelanos foi o estopim.

Segundo o ex-prefeito, o município estava sofrendo com tráfico de armas e drogas, prostituição, assaltos, dejetos humanos nas ruas e as áreas de lazer dos moradores de Pacaraima foram transformadas em lares improvisados para imigrantes.

“Da maneira que foi feito, queimando tudo, nós temos certeza que não foi o certo, mas aquilo tudo foi o estopim. Na hora que estávamos na passeata, alguém disse que o senhor Raimundo tinha morrido e isso foi o estopim, pois ninguém segurou mais a população, mas a intenção não era aquela de queimar tudo. Nós não somos contra os venezuelanos. Eles são vítimas e estão vindo para cá por uma questão de sobrevivência”, declarou.

O ex-prefeito relatou que havia um campo de futebol, construído com recurso do Governo Federal, que acabou sendo “destruído” e transformado em um abrigo cheio de barracas. O Palco Micaraima também se tornou um abrigo improvisado segundo, Chico.“As crianças que moravam lá, até drogadas elas eram porque o hospital já atendeu tanto com bebida, quanto com droga, crianças de seis e cinco anos”, afirmou o ex-prefeito.

Sobre a mulher que apareceu na reportagem exibida no domingo no Fantástico, o presidente da Câmara Municipal de Pacaraima, Emmanuel Coelho, disse que se trata da esposa de um servidor federal que não reside no município. Uma captura de tela de um perfil virtual da entrevistada mostra uma postagem, de 21 de maio, em que ela faz reclamações parecidas com a dos outros moradores de Pacaraima em relação à imigração venezuelana.“Ela não mora aqui. O marido dela é da Receita Federal, então ela não poderia dar uma entrevista como representante do município e da população, jamais”, declarou Emmanuel.

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