Política

“Não quero fazer um calote eleitoral

Frutuoso Lins deu entrevista exclusiva para a Folha e falou sobre seu descontentamento com o governo

O vice-governador de Roraima Frutuoso Lins (PTC), disse em entrevista exclusiva para a Folha de Boa Vista que as promessas de campanha feitas pelo governador Antônio Denarium (PSL) não estão sendo cumpridas.

“Quem olha para a campanha e olha para esse período pós-eleição, vê que está diferente em relação as atitudes. Não sou homem de duas palavras. O que abro a boca para falar é para acontecer. Durante a campanha em Roraima, fiz um discurso para milhares de pessoas e ou eu faço o que tenho que fazer ou vou para a população e digo que aquilo que prometi não é possível ser feito. Não me sinto traído pelo governo,  mas estou dando ao governador a possibilidade de que ele lembre seu discurso de campanha”.

Frutuoso deixou claro que levou seu capital moral para o governo de Roraima e que esperava que isso fosse respeitado. “Eu emprestei minha credibilidade para o governo e agora estou tirando meu nome da credibilidade do governo. Tenho meu capital politico próprio e quero manter o que falei para inúmeras pessoas que acreditaram em mim. Não quero fazer um calote eleitoral”.

O vice-governador disse ainda que não está rompendo com o governo.

“Mas não estou rompendo. Eu continuo vice-governador, mas com meu pensamento livre como sempre foi para dizer o que penso a quem quer que seja. Vou falar o que bem quiser, a quem bem entender sem me preocupar com o capital político que vou  atingir”

Frutuoso disse que não houve nenhuma situação específica que lhe levasse a tomar essa atitude. “Não houve gota d’água. Eu estava absorvido dentro do governo, trabalhando, mas tirei uns dias para tratar a saúde da minha esposa e aproveitei e vi o problema de fora. Me conheço e sei o que posso e não posso fazer o e o que deve ser feito. Sou muito claro nas minhas posições e não sou pessoa que deixa de dizer o que pensa dentro do respeito e dentro da hierarquia. Sou vice-governador eleito e tenho diploma  e não posso ser mandado embora”

O vice-governador afirmou que seu descontentamento nada tem a ver com cargos ou indicações políticos. “Não estou fazendo isso por troca de secretarias e nem nada disso. É que eu acho que as coisas que foram ditas na campanha têm que ser cumpridas e apenas isso”

GOVERNO – A reportagem da folha procurou o Governo do Estado que informou que não se pronunciará sobre o assunto