Cotidiano

Alunos descobrem tratamento para doenças de pele causadas por fungos

Um projeto de estudantes da Escola Maria das Dores Brasil foi premiado na 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE, realizada no mês passado em São Paulo. Intitulado “Estudo da potencialidade do extrato etanólico da Senna alata para tratamento de fungos dermatófitos e extermínio das larvas do mosquito Aedes aegypti”, o projeto surpreende pela simplicidade do seu principal princípio ativo, a ‘Senna alata’, conhecida por Fedegoso, que é uma planta muito conhecida nos lavrados de Roraima.

Os estudantes Axel Aredes, de 18 anos, Sandyonara Messias de Lima e Jeyciane Martins Lobo, de 16 anos, conquistaram o Prêmio ABRITEC – FEBIC, da Associação Brasileira de Incentivo à Tecnologia e Ciência. O trabalho de pesquisa está sendo realizado desde 2016 e é orientado pela professora Eliana Fernandes Furtado.

Segundo a professora, o fedegoso – também conhecido como ibixuma, café negro, folha de pajé, balambala e lava prato – tem a fama de ser nocivo ao gado e, a partir dessa informação, o grupo partiu para a pesquisa que culminou na descoberta que a planta possuía uma série de benefícios.

“Iniciamos a pesquisa retirando o princípio ativo da planta e a usamos para borrifar nas plantas da escola. Em pouco tempo, elas ficaram viçosas e livres de fungo. Descobrimos então que Senna alata poderia ser empregada para o tratamento de fungos dermatófitos”, disse a professora.

Ela contou que, após testes submetidos ao conselho de ética em experimentação humana, os alunos iniciaram pesquisas que resultaram em um extrato etanólico do fedegoso que pode ser utilizado através de pomada e talco.

Segundo Axel, foram distribuídos questionários na escola para todos interessados a participar dos testes e foi exigida a autorização dos pais. Pequenas quantidades do produto na forma de talco e pomada foram aplicadas nas pessoas sofriam com fungos nas unhas, pé-de-atleta e pitiríase versicolor (pano branco). “O resultado foi surpreendente com todos os ‘pacientes’ com melhoras visíveis”, contou o aluno. A etapa seguinte, desenvolvida pelos alunos, foi o uso do extrato etanólico nas larvas do Aedes aegypti e o resultado foi 100% de larvas eliminadas pelo fedegoso.

A professora contou que pelo resultado com o mosquito o projeto chamou a atenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (Cnpq). Para a continuidade da pesquisa, o Conselho ofereceu uma bolsa no valor de mil reais. “Para os alunos, foi um grande incentivo, mas ainda são necessários mais recursos para que consigamos alcançar mais sucesso”, ressaltou Eliana. (C.O)