Cotidiano

Engenheiro eletricista explica sobre sistema energético de RR e tributos

Frederick Lins e Silva foi entrevistado nesse domingo (31), no Agenda da Semana, apresentado pelo economista Getúlio Cruz

O engenheiro eletricista da Oliveira Energia, empresa responsável pela produção de energia térmica para a Roraima Energia, Frederick Lins e Silva, foi entrevistado nesse domingo (31), no Agenda da Semana, apresentado pelo economista Getúlio Cruz na Folha FM. Ele afirmou que o preço da energia elétrica do estado não é o mais caro do Brasil.

“Boa Vista faz parte das 212 localidades do sistema isolado, uma vez que o Brasil tem um sistema interligado nacional, que tem quatro subsistemas, sendo Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste/Sudeste. Por isso, uma parcela da nossa energia é subsidiada pela Conta de Desenvolvimento Energético, que dentro dela tem uma parcela da Conta de Consumo de Combustíveis, que remunera parte da nossa conta”, explicou.

Ele frisou que a tarifa é composta por três índices. São eles: geração, transmissão e distribuição, além de sete encargos setoriais e os impostos Federal, Estadual e tarifa de iluminação pública Municipal. Segundo Silva, isso tudo faz parte da conta de energia cobrada do consumidor. “Com base nisso, um consumidor que paga R$ 100, em média, 53% são de encargos, em torno de 30% é de impostos e somente 20% é gerenciado pela distribuidora, para prestar o serviço”, disse.

O engenheiro ressaltou que dos 53%, 46% a 47% é de geração de energia e o restante é subsídios. “Outro fator importante é que a distribuidora não gerencia mais esse contrato de geração. Até 1993, a tarifa era única em todos os estados e algumas distribuidoras conseguiam arrecadar mais e produzir com menor custo e o dinheiro que sobrava compensava para a distribuidora ineficiente. Mas acabou e agora compete a União explorar o sistema de energia elétrica”, explicou.

Ele destacou que agora isso ocorre por meio de concessão e me 1996 foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Hoje vigoram os leilões de energia. Se Roraima estivesse interligado no sistema e fosse construída uma hidrelétrica, teria que entrar em um leilão para poder vender essa energia. A distribuidora de qualquer lugar do Brasil poderia comprar essa energia, por meio de um contrato locacional”, esclareceu.

Questionado sobre a compra de energia, Frederick Silva explicou que a Roraima Energia, por meio do Ministério de Minas e Energia, um leilão dela para poder comprar. Foi feito o contrato e a prestação do serviço.

“Então, a Roraima Energia não tem gestão sobre isso, ela simplesmente assinou o contrato intermediado pela Aneel. A empresa pega, como exemplo, R$ 100 do consumidor e entrega os 46% para quem gerou. O leilão é que fixa esse custo para a empresa distribuidora”, completou.

Sobre a energia de Roraima ser mais cara, o engenheiro eletricista disse que o consumo percapta no estado é alto, devido ao ar-condicionado, que é a carga prioritária.

“As pontas de cargas são no período da tarde, por volta das 16h, e à noite, às 23h. Então, a primeira dica é observar essa conta de 800 btus por metro quadrado, considerando que não tome o sol da tarde, sempre tentar colocar em 22 graus. A geladeira e freezer devem ter um afastamento da parede, verificar a carga e a borracha. Sempre optar por equipamentos inverter, que não desligam, mas invertem a rotação”, orientou.