Cotidiano

Desafios da maternidade foram maiores no período da covid

Dentre os desafios da maternidade durante a pandemia está justamente a realização de consultas médicas e o risco de contaminação

A maternidade já é um momento cercado de desafios, desde o processo da gestação de uma criança até o acompanhamento do seu desenvolvimento no mundo. Agora, imagine passar por esse turbilhão de sentimentos durante a pandemia da covid, que deixou as pessoas isoladas em casa se defendendo de um vírus mortal que passa pelo ar?

É o que aconteceu com a assistente administrativa Karoll Gomes, mãe do pequeno Raniere Olórin, de apenas cinco meses. A jovem é ‘mãe de primeira viagem’ e, ao lado do companheiro Raniere Carvalho, foi pega de surpresa por uma gestação logo no início da pandemia da covid.

“A gravidez foi sem planejamento e aconteceu bem no começo da pandemia, acabou servindo para salvar a mim e meu companheiro no isolamento, já que só ficávamos nós dois em casa, sem contato com família e amigos”, disse Karoll.

Dentre os desafios da maternidade durante a pandemia está justamente a realização de consultas médicas e o risco de contaminação. Ela explica que, mesmo com medo do contágio, fez todo o acompanhamento do bebê pelo serviço público de saúde. “Fiz todo o pré natal no SUS e o parto também. Eu tinha muito medo, mas ia mesmo assim, pela saúde do meu filho e minha também”, completa. 

Com o nascimento de Olórin, a família permanece mantendo todos os cuidados para evitar o contágio, com isolamento e restrição de visitas. Para Karoll, o nascimento do bebê também significou uma ponta de esperança em um futuro melhor.

“Agora meu bebê já tem quase cinco meses e todo dia a gente vive algo novo. Continuamos em isolamento e é muito bom poder estar perto em toda nova fase do desenvolvimento dele. Me sinto uma mãe incrível por poder proporcionar o mais importante, que é o aleitamento materno em livre demanda. Ser mãe no meio de toda essa dor que o mundo inteiro está passando é uma forma de ter esperança, é olhar para meu filho e ver o futuro!”, declarou.


Karoll e Olórin (ainda na barriga) e agora com cinco meses (Foto: Arquivo Pessoal)

A fotógrafa Nilzete Franco engravidou durante a pandemia. Ela contou que foi um grande desafio. “Além da pandemia, passei por uma gravidez de alto risco com a diabete gestacional, eu acordava todos os dias com alegria, firme e forte e acreditando no melhor. Nossa mente precisa estar tranquila e em paz por que isso influencia nossa imunidade.  O amor de mãe supera tudo, o cuidado, a vontade e a ansiedade de ver o rostinho do nosso filho é a nossa força e sempre a esperança de que tudo vai melhorar” disse.

O amor de mãe supera tudo, o cuidado, a vontade e a ansiedade de ver o rostinho do nosso filho é a nossa força
“O amor de mãe supera tudo, o cuidado, a vontade e a ansiedade de ver o rostinho do nosso filho é a nossa força”

Média de partos permaneceu praticamente a mesma durante a pandemia

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth realiza em média 900 partos por mês. O quantitativo é referente aos dados de partos realizados de 2019 a 2021.

Em 2019, a Maternidade registrou 11.625 partos. Desse total, 8.641 foram de brasileiras e indígenas, 2.984 foram em cidadãs de nacionalidade venezuelana.

Em 2020 foram realizados, no total, 10.220 partos. Ou seja, uma redução em comparação com o ano anterior. No entanto, mesmo com a pandemia, o percentual manteve praticamente o mesmo. Deste quantitativo, 8.603 foram de brasileiros e indígenas, 1.617 partos foram em cidadãs de nacionalidade venezuelana. 

Em 2021, no período de janeiro a março, foram registrados 2.358 partos. Desse total, 1889 foram partos de brasileiras e indígenas e 469 foram em cidadãs de nacionalidade venezuelana.

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