Cotidiano

6º BEC comemora meio século

Batalhão foi criado especialmente para a construção de obras que ajudaram no desenvolvimento de Roraima, como a BR-174

Ainda no final da década de 1960, o estado de Roraima estava isolado do restante do Brasil, assim como dos países vizinhos, Venezuela e Guiana. Para reforçar a segurança nas fronteiras e também permitir o desenvolvimento do estado, o Governo Federal criou o Decreto nº 63.184/68 que determinava a criação do 6º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), onde foi posteriormente instalado no dia 9 de agosto, em Manaus. Em 1969, a sede oficial foi transferida para Boa Vista, onde está localizada até hoje, 50 anos depois, na Avenida Capitão Ene Garcez. 

Em seu propósito de criação, o Batalhão construiu a BR-174, para integrar Roraima com o Amazonas por terra. Foram sete anos para a conclusão de 941 quilômetros de estradas, ligando a capital amazonense ao município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

Agora o Batalhão completa 50 anos e, para comemorar a data, a unidade realizará uma formatura especial convidando todos os antigos militares que serviram na organização para que possam reencontrar colegas e contar sobre os trabalhos feitos na unidade. A formatura ocorre na sede do Batalhão a partir das 19h de amanhã, dia 9.

De acordo com o comandante Vandir Pereira, depois que o Batalhão terminou a missão, que incluiu também a construção de 226 quilômetros de estrada ligando Boa Visa aos municípios de Normandia e Bonfim para interligar o país da Guiana, não houve mais o envolvimento em grandes obras na região justamente porque, com as estradas, o desenvolvimento esperado chegou em Roraima.

“O Batalhão foi uma grande ferramenta para conseguir a infraestrutura necessária que tem hoje. Aqui era uma área isolada e não tinha nada. Então o Batalhão fez toda essa ligação para que o estado se tornasse o que é hoje. Graças a esse trabalho não é necessário o Batalhão se envolver em obras tão grandes como naquela época. Já cumpriu sua finalidade”, afirmou.

No entanto, o 6º BEC cumpre missões de obras que são determinadas pelo Exército para garantir os serviços de engenharia, então acabam dando apoio em trabalhos realizados na BR-432, construção da ponte do Rio Itacatu, auxílio na construção de quartéis e outros.  “A nossa grande missão é formar mão de obra, nos manter capacitados. Para isso, a gente precisa executar obra, não tem como aprender engenharia só nos bancos escolares, é preciso ir para o terreno, manter o nível de capacitação necessário para a nossa missão dentro do Exército”, completou.

CAPACITAÇÃO – Segundo o comandante, o Batalhão tem formado em torno de 200 profissionais em diversas áreas. Engenheiros civis são contratados temporariamente para ganharem experiência e permanecem até oito anos dentro do Batalhão. O comandante garante que a capacitação é fundamental para melhoria nas habilidades.

Dentro da corporação militar, existe também treinamentos para carpinteiros e motoristas. “Nesse tempo, eles ganham experiência que dificilmente ganhariam se estivessem fora. Então eles vão ganhar experiência em obras verticais, viárias, de saneamento. São várias áreas úteis para o mercado da região”, destacou.

ALISTAMENTO – Atualmente, 780 militares atuam no 6º BEC através do alistamento obrigatório, que acontece anualmente, ou em uma seleção feita pela 12ª Região Militar, em Manaus, por meio de processo seletivo. O 6º BEC também conta com dez estagiários, alunos da Universidade Federal de Roraima (UFRR) trabalhando na área de engenharia. 

“A gente procura fazer convênios com setores do Governo Federal, principalmente o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]. Estamos com o termo de execução direta para trabalhar no trecho da BR-432, próximo do Cantá. As outras obras do Batalhão são de interesses do Exército e com o Ministério da Defesa na Operação Acolhida, que é em Pacaraima e em Boa Vista, com a função de infraestrutura dos abrigos”, finalizou. (A.P.L)