Cotidiano

Acolhida deve ter mais R$ 150 milhões no orçamento para este ano

Operação Acolhida, por meio do Ministério da Defesa, já solicitou mais R$ 150 milhões para que, além dos R$ 90 milhões previstos na LOA [Lei Orçamentária Anual 2021] tenha esse acréscimo

“Nós vamos começar a ter problemas no segundo semestre deste ano. Até o o final do primeiro semestre a gente consegue conduzir a Operação”, afirmou o coordenador da Operação Acolhida em Roraima, general Antônio Manoel de Barros.

A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa, na tarde desta sexta-feira (23), Centro de Coordenação de Interiorização, quando foram apresentados os números de imigrantes e refugiados interiorizados. Do encontro com as equipes de jornalistas participaram também representantes da Acnur (Agência da ONU para Refugiados) e da OIM (Organização Internacional para as Migrações)

General Barros relatou que as perspectivas orçamentárias para a Acolhida em 2021 seriam em torno de R$ 90 milhões inicialmente, menor do que ano passado que ultrapassou os R$ 280 milhões.

“Por meio do Ministério da Defesa, já solicitamos mais R$ 150 milhões para que, além dos R$ 90 milhões previstos na LOA [Lei Orçamentária Anual 2021] tenha esse acréscimo”, disse.

“Nós trabalhamos com planejamento, e as autoridades estão muito sensíveis ao problema, mas acreditamos que teremos uma solução. Temos mais de 80 contratos, só de alimentação diária são 20 mil refeições na Acolhida”, comentou.

VACINAS

A Operação Acolhida fez uma solicitação à Vigilância Sanitária estadual para que os indígenas que estão nos abrigos sejam vacinados contra a covid-19. “E o Estado já se prontificou”, disse general Barros. Ele disse ainda que os outros venezuelanos abrigados estão sendo imunizados, o que acontece conforme a faixa etária. “É um trabalho feito em conjunto e quero agradecer a vigilância e a Prefeitura de Boa Vista, que disponibilizaram as vacinas para o Núcleo de Saúde”.

NTERIORIZAÇÃO

Um total de 50.475 mil venezuelanos foram beneficiados com o processo de interiorização no Brasil, por meio da Operação Acolhida, desde em abril de 2018. Do total, 46.198 foram interiorizados via aérea e 4.277 de ônibus. 675 municípios acolheram os migrantes.

Atualmente, há quatro modalidades de interiorização: a) institucional (de um abrigo em Boa Vista para outros centros de abrigamento temporário por todo o Brasil); b) reunificação familiar; c) reunificação social; d) por emprego (na qual os beneficiários são selecionados para um cargo de emprego antes da realocação). Até agora, a reunião social tem sido a modalidade mais buscada na estratégia de realocação (41% dos beneficiários), segundo informações do Governo Federal.

PERFIL

Dentre os beneficiários com a estratégia de interiorização, 47% são mulheres e meninas e 37% são menores de 18 anos (meninos e meninas). Um total de 88% dos venezuelanos interiorizados viajou em grupos familiares, enquanto outros 12% viajaram sozinhos.

Antes de partirem para outras cidades, as pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela que participam da estratégia de interiorização precisam cumprir alguns critérios, como estar regularizado no país e com documentos nacionais; ter as vacinas contra sarampo, febre amarela e difteria atualizadas; passar por exame médico antes do embarque e não ter sintomas relacionados a covid.

A OIM e Acnur apoiam a estratégia de interiorização desde 2018,  e o trabalho abrange uma vasta gama de tarefas, entre elas a realização de consultas médicas anteriores à viagem, financiamento de viagens, busca por locais de recepção adequados para pessoas com necessidades especiais e custos operacionais nesses locais, quando necessário. As agências também atuam na busca ativa por vagas de emprego nos municípios de acolhida.

Em Roraima, a Acolhida mantém 12 abrigos, sendo que 05 são para 1.850 indígenas. Os imigrantes abrigados somam 5.735 e alojados 2.808.

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