Cotidiano

Agentes municipais de trânsito pedem exoneração de secretário

A alegação para o pedido é a mudança na escala de trabalho desses agentes, o que teria ocasionado o surgimento de casos de Covid-19 entre esses trabalhadores

Na manhã desta segunda-feira (8), agentes de trânsito da Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST) realizaram uma manifestação em frente ao órgão para pedir a exoneração do titular da pasta, Raimundo Barros. A alegação para o pedido é a mudança na escala de trabalho desses profissionais, o que teria ocasionado o surgimento de casos de Covid-19 entre esses trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito do Estado de Roraima (Sindatran-RR), Marcos Queiroz, relatou que, desde a publicação da mudança no Diário Oficial do Município (DOM), no dia 11 do mês passado, os agentes passaram a trabalhar em uma escala de seis horas por turno, de segunda-feira a sexta-feira, e em determinado horário, todos os agentes ficam aglomerados nos setores. Essa mudança é classificada por ele como ‘escala mortal’.

“Antes dessa mudança, não tínhamos nenhum caso de Covid-19 entre os agentes. Após cinco ou seis dias desse remanejamento, os casos começaram a surgir e hoje temos pelo menos 20 agentes afastados por terem sido infectados pela doença”, declarou o líder sindical.

Queiroz acrescentou que, enquanto os servidores passavam pela mudança, outros setores do Executivo municipal estariam trabalhando em esquema de teletrabalho ou com horários diferenciados. A modificação na escala supostamente contribuiu no agravo do estado de saúde da agente de trânsito Rosa Kelly Ferreira Varão, de 38 anos, que faleceu no último sábado (6), por complicações da Covid-19.

“O secretario já nos informou que não irá mudar a escala, a não ser que haja ordem judicial. Então quer dizer que vai ter que morrer outro agente para que a prefeitura faça alguma coisa? A gente terá que perder outra vida para que seja dada a devida atenção aos servidores da secretaria?”, desabafou o presidente do sindicato.

OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para pedir posicionamento sobre as demandas da categoria e aguarda retorno.

*Colaborou Nilzete Franco, fotojornalista da Folha BV