Cotidiano

Chagas diz que é urgente união dos políticos de Roraima

Deputado estadual afirma que há necessidade de criação de um gabinete de crise formado por representantes dos poderes legislativo, executivo e judiciário

Roraima tem surgido nos primeiros lugares dos rankings de violência do país, com números de homicídios aumentando a cada ano. Uma das sugestões para que o problema possa se resolver é uma união política dos principais gestores do Estado, no poder executivo, legislativo e judiciário.

A bandeira é defendida pelo deputado Coronel Chagas (PRTB). Em entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha 100.3 FM, o parlamentar ressaltou que é policial militar de carreira, portanto, sempre acompanha a questão da segurança pública no Estado. 

Dentre as observações feitas com base nos rankings nacionais de segurança pública e no número de habitantes apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Chagas cita que desde a sua chegada a Roraima, há 30 anos, aumentou mais de 400% o número de habitantes e o efetivo da Polícia Militar (PMRR) aumentou cerca de 38%.

“Recentemente, em 2013, Roraima era o sexto estado mais seguro, em questão de homicídios, com 21,9 homicídios a cada 100 mil habitantes. São Paulo era o primeiro e Santa Catarina o segundo. Em 2014 passamos a ser a terceira posição, fato que se repetiu em 2015. Em 2018 demos um salto e chegamos ao primeiro lugar no ranking de Estado mais violento do país”, disse Chagas.

Entre os fatores apontados pelo parlamentar para o aumento dos índices de violência estão a falta de investimento do Governo Federal e a defasagem das forças de segurança. “Nós verificamos que não houve um acompanhamento nos órgãos policiais. O único concurso da polícia civil que teve foi em 2003, com posse em 2004. Hoje, muitos policiais foram para outras carreiras”, declarou.

Além disso, o parlamentar frisa que nos últimos anos houve um aumento da atuação do crime organizado no Estado e que a migração também influenciou no aumento da criminalidade em Roraima.

“De 2016 para cá, em razão de diversos fatores, nós começamos a ter notícias de atuações de três facções. Hoje foi registrada mais uma. Nós também tivemos uma forte crise migratória, mais de 100 mil estrangeiros. Maioria de gente de bem que vem buscar alimentos e dias melhores, mas vem um percentual de pessoas que eram criminosos e outros que se tornaram presas fáceis de facções”, avalia Chagas.

SOLUÇÕES – A principal sugestão do deputado é uma união dos políticos, do Governo do Estado, Prefeituras, deputados federais, estaduais, vereadores e do poder judiciário para criação de um gabinete de crise. A expectativa é que esse grupo se reúna e leve a realidade do Estado para o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

O parlamentar afirma que já sugeriu a medida para o governador do Estado, Antonio Denarium (PSL), e para o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier (SD), mas que ainda tentará abordar a oportunidade com o chefe do poder judiciário.

“O intuito é fazer uma grande delegação, sem ônus para os cofres públicos, ou trazer o presidente até aqui e expor isso de forma clara, em uma só voz, para que não se disperse as ideias. Está na hora de fazermos um movimento com a bandeira de Roraima. Nós só vamos conseguir isso se conversamos pessoalmente com o presidente, tendo uma voz e apontando soluções”, declarou.

Outro ponto levantado pelo parlamentar é a sugestão da criação de um ministério chefiado pelo Governo Federal em Roraima, para tratar especificamente da questão migratória e da possibilidade de uma reforma administrativa, anunciada pelo Governo do Estado ainda na época de intervenção, ou seja, desde dezembro do ano passado. Questionado sobre a demora para elaboração do plano, o deputado informou que o processo é demorado e burocrático, por levar tantos pontos em consideração.

“Na semana passada estivemos reunidos na Casa Civil e nesta semana vamos participar de forma mais ativa da proposta. Uma das ideias é que o secretário de segurança pública seja quem comande a Polícia Militar, Civil, Bombeiros, Trânsito, Identificação, Sistema Prisional. Nós teríamos uma super secretaria para que todas as informações se reúnam e de onde as ações emanam”, declarou.

O deputado acredita que com a criação de uma ‘super-secretaria’ de segurança pública será melhor para a elaboração de um plano estadual de segurança pública, com metas a serem cumpridas, definindo o que precisa ser adquirido, recursos humanos, orçamento e mais. “Roraima está de um jeito que a população não se sente mais segura em sair de casa à noite, em ir fazer as compras no supermercado após às 18h. Temos que pensar em uma solução em conjunto, deixar de lado as vaidades e pensar em Roraima. Acredito que dessa forma vamos conseguir diminuir o número de ocorrências policiais”, finalizou. (P.C.)