Cotidiano

Com alta no dólar, preço do pão sofrerá reajuste de 8% a 10%

O reajuste em cadeia atinge não só o pão, mas também outros produtos que necessitam do trigo para o preparo, como biscoito, bolo e massas

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

A partir desta semana, o roraimense terá que desembolsar mais se quiser ter pão diariamente na mesa. Isso porque haverá um aumento estimado de 8% a 10% em relação ao preço do quilo do produto, que atualmente tem média de R$ 8,00 e terá acréscimo de até R$ 0,80.

Quem confirmou a informação com exclusividade para a Folha foi o ex-presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria e Alimentos do Estado de Roraima (SINDIPAN), Aldemar Carvalho, que destacou alguns motivos para que fosse praticado esse reajuste.

“O dólar subiu muito, o que fez disparar o preço do trigo, aqui em Roraima, que antes estava custando entre R$ 130 e R$ 135 a saca de 50 kg, e agora teve um reajuste de 10% a 15%. Sem contar que aumentou o diesel e o preço do frete”, explicou Carvalho.

Ainda sobre o crescimento do preço do dólar, o ex-presidente do Sindipan acrescentou que esse reajuste em cadeia atinge não só o pão, mas também outros produtos que necessitam do trigo para o preparo, como biscoito, bolo e massas, e ressaltou que a inflação também interferiu nesses custos. “A inflação nesse último mês de novembro tá sendo maior que a do mesmo período em 2015, para você ter uma ideia”, completou.

Carvalho também salientou que a concorrência das panificadoras com as padarias dos grandes supermercados da Capital também têm certa influência no preço do pão, já que os preços nesses estabelecimentos costumam praticar valores mais atraentes ao consumidor.

“Esses supermercados, muita das vezes, cobram até mesmo por volta de R$ 3,99 em promoções, e isso vem ocorrendo em outras capitais do Brasil, como Manaus e Belém; e isso tem gerado uma concorrência desleal com as panificadoras, que também geram empregos e divisas. A gente tá analisando essa situação, para todo mundo ficar satisfeito e podermos sobreviver”, constatou o ex-presidente.

Por fim, ele frisou que o aumento do trigo pegou todos de surpresa, por isso o repasse desses custos para o consumidor final foi inevitável.

População dá sua opinião sobre o preço do pão

A Folha abordou alguns populares para falar sobre o custo do produto (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Com o reajuste do preço do pão, a população terá que desembolsar um pouco mais de dinheiro para ter o produto diariamente na mesa. Porém, já teve gente que percebeu que o custo da mercadoria já estava bem “salgado”.

A engenheira de sistemas Mayra Gabriela Lezana, de 36 anos, foi umas dessas pessoas que percebeu o acréscimo. A moradora do bairro Aparecida acredita que essa mudança irá fazer a população ter menos oportunidade de poder comprar o pão.

“Tá aumentando cada vez mais e isso gera mais preocupação, pois aqui na cidade estamos bem acostumados a consumir isso e, se o valor está alto, tem-se menos consumo dele”, opinou Mayra.

Porém, tem gente que não tem percebido diretamente um possível aumento, como é o caso de Ozires Cottevits de Macêdo, desempregado de 20 anos. O jovem costuma comprar pão de forma semanal.

“Eu acho que o preço de pão varia dependendo de qual padaria a pessoa vai comprar, mas no geral, como o consumo é semanal, não pesa muito no orçamento”, justificou o desempregado.

A economista Débora Moraes, de 44 anos, também não costuma comprar o produto diariamente e ressaltou que onde mora não houve aumento e possui preço promocional, o que, de certa forma, não influi tanto em seus gastos. “Mas se aumentasse, teríamos que comprar menos pão e seria um prejuízo”, concluiu.