Cotidiano

Com voto no papel, UFRR escolhe novo reitor

Consulta ocorrerá nessa quarta-feira (30) e a comissão organizadora acredita que o resultado seja conhecido duas horas após o fim do pleito

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Por conta de uma pane no sistema ocorrido durante a votação na última sexta-feira (25), a consulta para definir a lista tríplice para reitor e vice-reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), será refeita nessa quarta-feira (30), conforme determinação da comissão consultiva da instituição.

O atual reitor da Universidade, Jefferson Fernandes, o atual vice-reitor, Américo Lyra, e os professores José Geraldo e Vânia Lezansão são os concorrentes que disputam a vaga.

A comissão aponta que 7.852 alunos, 364 técnicos administrativos e 643 alunos estão aptos para votar em cinco sessões nos três campi da universidade, sendo três no bloco VII do Campus Paricarana, um no Campus Cauamé e um no Campus Murupu.

Para evitar maiores problemas com o SIGEleição, sistema que, até então havia sido utilizado para as eleições, foi decidido em conjunto com as chapas concorrentes pelo cancelamento da primeira eleição e a nova eleição será feita por cédula de papel.

“Cerca de 20 minutos depois da pane, fizemos uma reunião com todos os candidatos, onde colocamos a situação e explicamos que não haveria tempo hábil para resolver, por isso o cancelamento da votação do dia 30”, afirmou Roberto Câmara, presidente da comissão.

Câmara explicou para nossa equipe que estava sendo trabalhada junto ao Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) da UFRR, a possibilidade de resolver o problema e trazer o sistema de volta. “Só que para não haver pendência e cumprirmos o calendário, optamos pelo sistema de votação em papel”.

O SIGEleição era a novidade para o pleito desse ano, já que o sistema foi utilizado por outras instituições federais no Brasil em processos eleitorais e é considerado tão seguro quanto o sistema de votação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), por ser criptografado, além da logística ser mais vantajosa que o sistema antigo.

Para respeitar uma normativa do MEC é feita primeiramente a consulta, junto à comunidade da UFRR. Como houve a opção pelo uso da cédula de papel, a comissão organizadora acredita que o resultado seja conhecido duas horas após o fim do pleito.

Os três mais bem colocados formarão uma lista que será apreciada pelo colégio eleitoral da universidade, formado por 73 eleitores, entre professores, técnicos e alunos, com peso equiparado. Ou seja, todos têm o mesmo poder de voto para a lista tríplice final, a ser enviada à presidência da república.

“Esse processo dá um norte para o colégio eleitoral que, por lei, tem a liberdade de concordar ou não com a relação inicial”, respondeu o presidente da comissão 

A previsão é que a eleição no colégio eleitoral aconteça no dia 26 de novembro, quando será apresentada a lista final a ser enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). A partir daí, são 60 dias até a escolha do reitor.

Alunos e professores falam de expectativas para o próximo reitor

Toda a comunidade acadêmica se mobilizou para manifestar a sua escolha para os próximos quatro anos na UFRR, antes da pane no sistema que causou o cancelamento do primeiro pleito. Apesar disso, alunos, professores e técnicos se mantêm na expectativa para a eleição dessa quarta-feira (30).

A acadêmica do quarto semestre de química, Sara Fernandes, de 19 anos, espera que haja novos investimentos na área de laboratório. “Precisamos de um incentivo a mais, para que tenhamos cada vez mais dedicação ao trabalho de pesquisa”, acredita a estudante. Sara também frisa que o reitor deve ter um olhar muito aberto para a universidade. 

Já o professor de física Eliel Eleutério, de 43 anos, tem uma visão um pouco mais ponderada sobre os próximos quatro anos. Ele acredita que o principal desafio da chefia da UFRR será o corte de recursos para a instituição.

“Independentemente do reitor que será eleito, todos terão que aprender a trabalhar com poucos recursos. Então tem que se estabelecer prioridades onde deve haver o melhor investimento e entender que não terá mão-de-obra suficiente para fazer tudo”, indicou o professor.

Na visão de Eleutério, o novo reitor tem que encontrar onde estão os gargalos, onde se pode maximizar a eficiência e minimizar os desperdícios. “Eu sou uma pessoa esperançosa, então espero que quem ganhe possa focar onde existem os problemas e no bem-estar dos alunos e servidores”, finalizou.