Cotidiano

Comunidade do Cruviana realiza manifestação em defesa de moradora

A Caixa não permite esse tipo de transação comercial, mas a moradora alega que não sabia das regras e que paga todas as prestações em dia

Os moradores do Conjunto Cruviana, no bairro Equatorial, zona oeste de Boa Vista, realizam neste sábado, 07, às 16h, uma manifestação na entrada do Conjunto, na avenida Ataíde Teive, em defesa de Eliete Vieira Silva.

Eliete mora no Conjunto desde março de 2012 e recebeu a ordem de despejo da Caixa Econômica Federal (Caixa) no dia 14 de outubro, por ter comprado, nos chamados contratos de gaveta, um imóvel que faz parte do Programa Minha Casa Minha Vida.

A Caixa não permite esse tipo de transação comercial. “Pago desde a primeira prestação em 2011, quando o imóvel foi entregue. Isto porque, quando negociei a casa com a antiga dona, todas as prestações estavam em atraso, então assumi as prestações atrasadas. De lá pra cá nunca atrasei as parcelas. Agora, que falta apenas seis parcelas para finalizar o contrato, a Caixa quer me despejar”, contou Eliete.

Mãe e pai de um adolescente, Eliete é beneficiária do INSS desde 2015 quando sofreu um acidente e fraturou a lombar. No momento aguarda uma cirurgia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e considera que essa situação a deixa mais vulnerável.

“Não tenho para onde ir e peço socorro às autoridades e a quem quiser me ajudar para permanecer no imóvel. Sou inscrita no programa Minha e Minha Vida desde 2012, mas nunca fui selecionada, e quando apareceu essa oportunidade, abracei”, disse, ao salientar que no bairro grande parte das casas já foi vendida para terceiros.

“Por que somente eu estou sendo penalizada? Aliás, na OLX está cheio de anúncios de venda dessas casas, mas a Caixa só quer enxergar a mim. Não me deram nem direito de defesa, o juiz sequer me ouviu e já me mandou sair”, detalhou.

Os moradores do Conjunto Cruviana se uniram, em um ato de solidariedade, para mostrar à sociedade que Eliete não pode ficar desamparada.

A presidente da associação dos moradores do conjunto cruviana, Ester Rodrigues, disse que muita gente que comprou casa já ganhou na Justiça o direito de permanecer no local.

“Estão fazendo isso com a Eliete porque ela não dispõe de dinheiro para contratar advogado. Outros, que estavam na mesma situação, permanecem nas casas. Tem gente aqui com ate cinco casas compradas. Caixa não está agindo corretamente. É um peso e duas medidas. Nós, da associação, vamos nos mobilizar para ajudar ela”, contou.