Cotidiano

Crime organizado da Venezuela está em Roraima, diz chefe da Dicap

O Chefe da Divisão de Captura (DICAP), sub Tenente Roney Cruz, disse que o trabalho desenvolvido está sendo eficiente no combate ao crime

O Chefe da Divisão de Captura (DICAP), sub Tenente Roney Cruz, em entrevista para o programa Agenda da Semana da Rádio Folha, neste domingo, 14, confirmou ao apresentador Getúlio Cruz que membros de crime organizado estão entre os imigrantes.

“Muitos criminosos que estão dentro do estado de Roraima fazem parte de organizações criminosas da Venezuela, pouco conhecidas aqui no estado, mas que trazem essa carga de crueldade que isso é típico mesmo daquele país. Isso vem ocorrendo desde 2019 quando teve o boom dos problemas sociais dentro da Venezuela e consequentemente migração dessas organizações para Roraima”.

Roney explicou a necessidade de um banco de dados dos imigrantes que vem para o Brasil, para separar os criminosos daqueles cidadãos de bem, que vem em busca de uma vida melhor.

“Tem muito cidadão venezuelano que quer sobreviver e muita gente faz julgamento precipitado e equivocado com relação a migrantes por conta dos criminosos, mas a maioria é gente de bem. É preciso intensificar o trabalho feito hoje pelas polícias na fronteira que é primordial para a manutenção da paz”.

Ele esclareceu que a Polícia Militar tem feito um trabalho de aumento de efetivos e frota além de aumentar o índice de prisões.

“A integração das forças facilitam o trabalho operacional. A Dicap mantem uma base e o policial tem acesso pelo celular sobre o indivíduo abordado e não tem como fornecer dados falsos e todos os abordados são cadastrados em sistema informatizado mantido de forma integrado e isso tem sido facilitador de combate ao crime”

Crimes praticados por imigrantes

Roney explicou que cerca de 40% dos crimes praticados por imigrantes são de pequenos furtos.

“Além dos furtos, o tráfico e as armas são os crimes mais praticados. É impressionante como eles tem acesso a arma de fogo. Inclusive eles foram responsáveis pela primeira apreensão de fuzil aqui em Roraima. Até em 2019 a gente não tinha essas armas de grosso calibre na mão de criminosos no Estado”.

Cruz contou uma cena ocorrida recentemente próximo a feira do produtor onde um procurado venezuelano foi preso com uma pistola na cintura.

“Fomos demandados pela Polícia Civil do Amazonas sobre um venezuelano que teria praticado um homicídio cruel naquele estado e começamos a investigar o caso e a diligenciar nessa área com o intuito de localizar esse criminoso que estava com mandado de prisão em aberto e durante uma abordagem encontramos outro venezuelano andando tranquilamente com uma arma nove milímetros na cintura, além de cinquenta munições, mais droga, mais balança de precisão. E isso antes não ocorria em Roraima”.

Controle no Sistema Prisional

O Chefe da divisão de Capturas explicou que o controle efetivo do sistema prisional enfraqueceu o crime organizado em Roraima.

“A medida reduziu os crimes violentos vindo do sistema prisional com a chegada do governo Denarium e o governo investiu na reforma dos presídios, investiu na capacitação profissional dos agentes públicos. O Depen funciona como apoio aos estados e temos uma reestruturação grande nas agências de inteligência de modo geral no Brasil e o sistema prisional roraimense está trabalhando fortemente na ressocialização com o projeto renascer, que passam o dia trabalhando e tentam se ressocializar”.

Roney Cruz disse ainda que hoje o sistema prisional de Roraima tem em torno de 3 mil presos e 30% desse total é de venezuelanos.

“Um terço já são presos venezuelanos. São presos que o sistema prisional adotou e existe uma tentativa de envio desses criminosos para uma unidade prisional separada, mas não foi para frente. Para poder tentar evitar esse contato dos presos locais com as organizações criminosas venezuelanas para que os bandidos de lá não ensinem os bandidos daqui. No sistema eles não tem disciplina e as próprias prisões venezuelanas não tem controle de presos tem TV, e até armas dentro dos presídios venezuelanos”.