Cotidiano

Empresários falam em falência e demissões de funcionários

Para os empresários é revoltante como eles estão sendo tratados como bandidos por órgãos de fiscalização

Um grupo de empresários procurou a FolhaWeb na manhã desta quarta-feira, 13, para pedir que a imprensa ajude os empresários de Boa Vista para que não tenha uma falência geral.

Segundo eles que pediram anonimato, por medo de perseguição política e de órgãos de fiscalização, a situação dos pequenos empresários é desesperadora.

Eles relatam que além de não suportarem mais dias fechados, não terão como pagar os funcionários. “O governo federal tá pagando o salário dos funcionários, só que depois teremos que deixar eles pelo mesmo período na empresa sem poder demitir, ou seja, estamos colocando dívida lá para frente, por isso muitos estão optando por demitir logo agora” , disse.

Os empresários afirmam que nunca pensaram em serem tratados como bandidos e terem que trabalhar escondido.

“É uma situação desesperadora e vergonhosa, somos pessoas trabalhadoras que acordamos cedo para garantir o sustento de nossas famílias e somos tratados como criminosos ou responsáveis pela pandemia”, relatou.

Eles ainda se dizem revoltados pelo descaso com a situação dos pequenos empresários por parte da prefeitura e do governo.

“Eles só se preocuparam com os grandes empresários que doam para a campanha deles, basta ver o que tá autorizado a funcionar. Tem uma série de coisas que não são necessidades básicas mas estão aberto. Por que? Porque tem muita grana por trás. Como nós somos pequenos e não temos essa bala na agulha estamos aqui sem ninguém por nós”, questionou.

Questionados se não acham que com o comércio aberto teria mais chances de propagar o vírus eles afirmaram que, nas grandes filas em bancos e lotéricas as pessoas corriam bem mais riscos e que não entendem a falta de fiscalização em mercados e lojas de materiais de construção.

“Por que só no comércio pequeno que propaga o vírus? Você vai nos supermercados um monte de gente sem máscara, lotérica também, loja de material de construção do mesmo jeito. Ninguém tá obrigando entrar de máscara nesses lugares são imunes por acaso? Ou o covid-19 só escolhe contaminar os pequenos estabelecimentos?” afirmou um dos empresários em tom irônico.

PANDEMIA DE DESEMPREGO

No inicio do mês o presidente da Fecomércio Roraima, Ademir dos Santos,  já havia afirmado em entrevista a Folhabv que disse que vê com muita preocupação a situação dos empresários locais segundo ele “Se isso perdurar por muito tempo com as atividades econômicas paradas a gente vai acabar saindo de uma pandemia do coronavírus entrando numa pandemia tão grave quanto essa, que é a do desemprego e da desaceleração da economia como um todo”.

Ainda segundo Ademir, a Fecomércio tem dialogado com os poderes para flexibilizar a abertura das empresas. “A Federação tem feito buscado o poder público, como a prefeitura e o governo para que a gente possa minimizar um pouco essa questão do comercio fechado, da proibição que se deu através dos decretos, pois o Delivery e o Drive Thru não tem sido suficiente, por que as pequenas e micro empresas não tem a capacidade e a tecnologia para atender dessa forma”, explicou.

Na ocasião ele ainda falou sobre a possibilidade de demissões no setor comercial de Roraima Ademir ressaltou que Roraima terá uma queda substancial no número de empregos.

“Temos cerca de 30 mil pequenas empresas em Roraima, com 60 mil empregos diretos e teremos uma queda substancial nesse número. O avanço que tivemos em 2019 no número de vagas abertas, serão perdidas agora com maior ênfase. Eu quero crer que o poder público se sensibilize pra que a gente possa voltar paulatinamente ao trabalho, com responsabilidade, com equipamentos de segurança e sem aglomeração, pois teremos que nos adaptar ao novo modelo de interação social”, completou.