Cotidiano

Empresários publicam carta para prefeita e governador

Os empresários pedem a abertura de alguns segmentos e a flexibilização do funcionamento das empresas

Um grupo de empresários publicou uma carta aberta direcionada para o governador Antônio Denarium (Sem partido) e a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB). Nela os empresários pedem a abertura de alguns segmentos e a flexibilização do funcionamento das empresas, que segundo eles adotarão as medidas cabíveis para evitar a propagação do coronavírus.

Os empresários citam a decisão do governo de Santa Catarina que publicou no domingo (5), uma portaria que permite o funcionamento de diferentes atividades como salões de beleza e clínicas da área da saúde e a retomada da abertura de escritórios de advocacia e de contabilidade, e pedem fossem adotados os mesmos critérios em Roraima.

Segundo eles a decisão do governador Carlos Moisés (PSL), preconiza que os profissionais devem manter distanciamento seguro, técnicas de higienização de ambientes e pessoal, além de uso de equipamentos de proteção individual e atendimentos individuais.

Os empresários ainda afirmam que podem adquirir outros tipos de doenças por falta de recursos ao ficar observando as empresas indo à falência e que terão que demitir os pais e mães de família que trabalham com eles.

Empresário diz: “Mas o Brasil é assim os políticos fingem que cuidam”

Na manhã desta segunda um movimento que pretendia abrir as lojas dos principais centros comerciais de Boa Vista, não se concretizou. Alguns funcionários ainda foram para frente dos estabelecimentos comerciais, mas a maioria dos empresários decidiu por não abrirem suas portas.

Um empresário ouvido pela Folha, disse que não queria que seu nome fosse divulgado por temer perseguição por parte dos poderes públicos que segundo ele estão tratando os empresários como bandidos.

“O grande problema que a maioria dos empresários de Roraima é pequeno e não temos a força dos grandes. É só ver o decreto do governador, que autorizou o funcionamento de segmentos que não são essenciais, mas que pertencem a grandes empresários que ajudaram ele a se eleger. Depois nossas entidades de classe são todas ligadas a políticos, nessa hora se recolhem e ficam do lado de seus padrinhos. Em um momento como esse cadê Fecomércio, Sebrae, Acir e CDL? Todas caladas com medo dos políticos que estão recebendo os salários normalmente, assim como os funcionários públicos que são egoístas e pensam que essa quebradeira não vai afetá-los. E vai sim. Porque quando aumentar roubos, furtos e etc.. as vezes por desespero, aí eles irão se sensibilizar. Não abrir hoje, porque vi o carro da polícia aqui e fiquei com medo por mim e meus funcionários”.

Outro empresário que estava com a porta meio aberta falou com a nossa reportagem, mas também pediu anonimato. “Dona não adianta esse movimento não. O grande problema é a falta de visão dos nossos governantes. Eles não estão entendendo que não temos economia para ficar 30 dias fechados e que serão centenas de pais de família desempregados. Se eles forem fazer um levantamento de quem já foi demitido e será muito mais gente do que quem vai pegar essa doença. Além do mais tem muita gente trabalhando na clandestinidade e na informalidade, ou seja, expondo mais ainda as pessoas. Era melhor regulamentar, porque aí fica mais fácil para fiscalizar e os empresários iriam fazer tudo certinho, com a máscara, o álcool e todas as outras coisas. Mas o Brasil é assim os políticos fingem que cuidam.”     

FECOMÉRCIO –  Por meio de nota, a Fecomércio/RR informou que entende perfeitamente a necessidade e urgência do Setor do Comércio e demais setores dos negócios privados retornarem a operar dentro de sua normalidade, já que o setor produtivo é responsável direto pela movimentação da economia brasileira, e, pela via reflexa responsável também pelo custeio dos serviços prestados pelo Setor Público.

Todavia, segundo a nota, diante do estado de calamidade e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19), a orientação da Federação no presente momento é no sentido de que os comerciantes cumpram as normas estabelecidas pelos decretos municipais e estaduais editados pelas autoridades executivas legalmente constituídas, a fim de assegurar a saúde do empresário, dos trabalhadores e da população em geral.

Ainda segundo a nota da Fecomércio, até o presente momento essa tem sido nossa orientação, entretanto, está sendo monitorado as situações de crise e possíveis soluções para o presente momento e para o futuro próximo.

A nota acrescenta que apesar de todos os prejuízos e incertezas até aqui já suportados pelo Setor do Comércio, as esperanças não devem ser perdidas e nem tão pouco agir de modo ilegal e arbitrário. P

Por fim, a nota ressalta que o problema aqui enfrentado se trata de calamidade pública mundial, por isso é necessário agir com cautela, bom senso e inteligência, para que todos possam sair dessa crise mundial o mais rápido possível e sem maiores complicações.

GOVERNO DO ESTADO – O Governo do Estado informou por meio de nota que o Decreto N° 28.636-E, de 22 de março de 2020, contempla segmentos do comércio onde a venda pode ocorrer em sistema de delivery e drive-thru sem o contato entre vendedor e consumidor e beneficia a maior parte dos empreendimentos comerciais do Estado.

Segundo a nota, na determinação do Ministério da Saúde, atividades comerciais cujo contato entre quem oferece o produto/serviço e o consumidor é inevitável, seguem com impedimento.

A nota informa ainda que a fiscalização sobre as atividades em Boa Vista e nos demais municípios,  cabe às prefeituras e não ao Governo do Estado.

O Governo acrescenta na nota que a publicação de um novo Decreto, tanto por parte das Prefeituras, quanto do Governo, depende da evolução dos dados estatísticos do Coronavírus em Roraima.

O Governo de Roraima ressaltou na nota que anunciou um pacote de cerca de R$ 70 milhões, que vai aquecer a economia de Roraima nesse período de crise provocada pela pandemia do COVID-19. Tal medida inclui entre outras ações, a suspensão e prorrogação por 180 dias dos prazos para o pagamento de ICMS para micro e pequenas empresas optantes do Simples Nacional.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista e aguarda retorno.

Matéria atualizada às 13h29 com a nota d Governo do Estado