Cotidiano

Enfermeiros denunciam falta de máscaras e luvas

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

A Folha recebeu denúncias em relação à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nas unidades estaduais de saúde. Apesar do governo do estado ter divulgado a chegada e a entrega desse material, os profissionais de enfermagem de todos os blocos do Hospital Materno Infantil (HMI) não teriam recebido equipamentos suficientes.

Os profissionais estariam sem máscaras de proteção N95, específico para o ambiente hospitalar, equipamento utilizado para proteção dos pés, gorro, aventais descartáveis e até mesmo álcool em gel estariam em falta na unidade que atende mães e bebês em Boa Vista. 

“Nós temos idosos e crianças em casa ou mesmo parentes que são portadores de doenças crônicas, e estamos expondo eles ao risco de serem contaminados pois não temos proteção contra a transmissão do Covid-19”, disse a denunciante que preferiu não se identificar com receio de represália.

O QUE DIZ O SINDPRER? – Em conversa com a reportagem, o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Roraima (Sindprer), Melquisedek Menezes, afirmou que a situação é preocupante, e se reflete em todas as unidades da rede estadual. Ele criticou o fato de decreto de calamidade pública sancionado pelo governador Antônio Denarium (sem partido) ter sido feito sem dar mínimas condições de trabalho para a categoria.

“A situação é séria e protocolamos no Palácio Senador Hélio Campos um documento pedindo uma decisão em relação a essa situação, porque o executivo assina um decreto sem dar mínimas condições ao trabalhador. É muito fácil baixar uma determinação, mas difícil é executá-la e quem faz isso é o profissional da saúde e da enfermagem. Os trabalhadores não podem pagar por uma irresponsabilidade dos governantes”, rechaçou Menezes.

O líder sindical salientou que todos os trabalhadores da linha de frente das unidades, que lidam diretamente com os pacientes, em especial aqueles casos suspeitos de Coronavirus, são os que mais ficam desprotegidos por conta da falta de EPI nas unidades.

OUTRO LADO – A Folha tentou entrar em contato com a Secretaria de Saúde (Sesau) para pedirmos um posicionamento em relação a falta de EPI para os profissionais de saúde. Em nota, a Sesau informou tem realizado o encaminhamento de EPI para  todas as unidades hospitalares do Estado. “O envio desses itens é  contínuo, sendo reforçado atualmente por conta da pandemia do novo  coronavírus, estando à disposição dos profissionais que atuam  diretamente com atendimento de pacientes”.

Ainda segundo a nota, o Hospital Geral Rubens de Souza Bento recebeu  mil máscaras de proteção, 10 galões de álcool de 5 litros, 36 galões de álcool de 500 ml, mil gorros de proteção, 50 macacões cirúrgicos e 03 dispensers para álcool em gel. 

Para o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth teriam sido encaminhadas 1.050 máscaras de proteção, 7 mil luvas cirúrgicas, 15 galões de álcool de 5 litros e 40 macacões cirúrgicos. O Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco teria recebido no último fim de semana 470 máscaras de proteção, 6 galões de álcool de 5 litros, 36 galões de álcool de 500 ml, 1.500 gorros e 05 dispensers para álcool em gel.