Cotidiano

Equipamento de R$ 700 mil adquirido em 2015 está parado no IML

Polícia Civil, responsável por cuidar de scanner de raio-x, diz que é necessária reforma de espaço para abrigá-lo

Em dezembro de 2015, o Governo de Roraima anunciou a aquisição de um scanner de raio-x de autópsia, adquirido para atendimento no Estado. Na época, a informação era de que o aparelho, de R$ 704 mil, seria utilizado para agilizar as investigações. O que ninguém imaginaria é que, desde o anúncio, o equipamento não foi usado desde então.

O scanner está guardado no Instituto de Medicina Legal (IML) desde 2015. A operacionalização do equipamento seria responsabilidade da Polícia Civil. De acordo com o Governo de Roraima, o scanner possui tecnologia completamente digital, com um gerador de raios-x de alto desempenho e controle automático de dose, “que garante maior qualidade de imagem, pois aperfeiçoa o nível de exposição do raio-x para cada parte do corpo”, avaliou o governo em matéria feita pela FolhaBV há cinco anos.

Apesar disso, toda esta tecnologia ainda não foi utilizada, já que, de acordo com a Polícia Civil de Roraima (PCRR), é necessária à reforma de um espaço que possa abrigá-los, tendo em vista a complexidade da tecnologia.

O equipamento chegou à Roraima, após convênio assinado entre o Governo do Estado e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A expectativa era que Instituto Médico Legal (IML) passará a trabalhar com o aparelho a partir de 2016.

Ao todo, foram investidos R$ 1.089.572,84 na aquisição de material para a Polícia Técnica, que receberia também, de acordo com o convênio assinado. Aparelhos de RX móveis, mesas ginecológicas, equipamento para perícia em telefones celulares, computadores de mão, Sistema de Posicionamento Global (GPS’s) e smartphones seriam disponibilizados até início de 2016.

OUTRO LADO – À FolhaBV, a Polícia Civil afirmou que deu início às obras de reforma e ampliação do IML. Após diversas paralisações, a empresa contratada abandonou a obra no final do ano de 2018.

A partir de 2019, ao constatar o abandono da obra pela gestão anterior, a Delegacia Geral de Polícia Civil solicitou a realização de investigação da empresa contratada à época, por parte da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (DRCAP).

O órgão esclareceu ainda  que a investigação é ampla e contempla a realização de perícias para a identificação de dias de serviços efetivamente realizados e quantitativos pagos. Além disso, será realizado o levantamento dos serviços ainda pendentes, por parte da Secretaria de Estado de Infraestrutura de (Seinf), visado uma nova  licitação, que será realizada, tão logo haja a conclusão dos levantamentos e perícia demandada.

O IML de Boa Vista foi inaugurado em novembro do ano de 1984. Desde então, não foi construído um novo prédio que pudesse abrigar os três Institutos de Roraima, que com o aumento das demandas de serviços estão sem condições de ampliar as frentes de trabalho.

A Polícia Civil ressalta que a solução definitiva para a falta de estrutura do Instituto Medicina Legal, bem como os institutos de Identificação Odílio Cruz e Instituto de Criminalística, será a construção de um novo imóvel, o que é considerada a prioridade máxima da Instituição.

Publicidade