Cotidiano

Especialista cita dieta e atividade física como prevenção ao Diabetes 

Quando não tratado, o diabetes pode ser fata

No Dia Mundial do Diabetes, a Folha ouviu o endocrinologista doutor André Pantaleão, que citou a falta de atenção com a educação alimentar e cuidados com atividades físicas como pontos chaves para evitar o diabetes, especialmente o tipo 2. 

Pantaleão informou que a doença é crônica e multifatorial e se caracteriza pelo aumento constante dos níveis de glicemia no sangue e que são conhecidas como tipo 1 e tipo 2. Sua incidência tem aumentado em todo mundo pelos hábitos alimentares inadequados, pela obesidade e sedentarismo.

Os fatores que podem levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 podem estar ligados diretamente ao comportamento ou à resistência aos efeitos da insulina – hormônio que regula a entrada de açúcar nas células – ou não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal. Quando não tratado, o diabetes pode ser fatal.

Pantaleão disse que a educação em saúde se mostra eficiente na prevenção e tratamento de doenças crônicas como o diabetes, pois facilita o processo de mudança de hábitos de vida, aderência ao tratamento e cuidados, melhorando o controle da doença. 

“O diabetes tipo 2 é a doença que tem mais prevalência na população e as pessoas têm que criar novos hábitos no seu dia a dia, incluindo novos estilos de vida que vão prevenir o aparecimento da doença com reeducação alimentar, atividades físicas e controle do peso”, disse. 

“De acordo o comportamento da pessoa, pode ter situações que influenciam o risco de ter o diabetes, além de outros fatores genéticos”, disse. “Evitar o açúcar, sacarose, é o principal fator; e o controle quantitativo de ingestão e do peso e manter o equilíbrio de pré-disposição”, afirmou.    

Já o diabetes tipo 1 é autoimune. Se apresenta com padrão genético hereditário mais definido e pode acontecer por uma herança genética em conjunto com fatores ambientais como infecções virais. No diabetes tipo 1, as células beta produzem pouca ou nenhuma insulina.

O controle do peso e a ida periodicamente ao médico são as orientações do endocrinologista para se manter com saúde. E os sintomas mais comuns do diabetes são: muita sede, rápida perda de peso, muita fome, cansaço inexplicável, grande vontade de urinar, dificuldade para cicatrização, infecções frequentes, visão embaçada e falta de concentração. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o diabetes é o terceiro maior fator de risco para o coração e controlar a doença reduz em 20% a possibilidade de um infarto ou AVC. É uma doença grave que pode ocasionar perda visual, amputações de membros inferiores, aumento da incidência de doenças cardiovasculares, entre outras, o diabetes dificulta em muito a rotina dos pacientes, e por isso, o portador possui alguns direitos por lei.

A Lei federal de n° 11.347 (assinada em 27 de setembro de 2006) está em vigor e determina que os pacientes com diabetes recebam, gratuitamente, do Sistema Único de Saúde (SUS), os medicamentos necessários para o tratamento, assim como os materiais exigidos para a sua aplicação e a monitoração da glicemia capilar. Mas para ter esse direito é preciso estar inscrito em algum programa de educação especial em diabetes.

Para isso, a pessoa precisa ir ao posto de saúde mais próximo de sua residência e cadastrar-se como paciente com diabetes do SUS ou do Sistema de Informação em Hipertensão e Diabetes (Hiperdia) e assim ter direito à medicação necessária ao tratamento com a prescrição médica. (R.R)