Cotidiano

Fornecimento de alimentação para abrigos pode ser interrompida

O fornecimento de refeições para os imigrantes que vivem nos abrigos da Operação Acolhida em Roraima, pode enfrentar dificuldades nos próximos dias. Isso porque as empresas que fornecem a alimentação a esses locais estariam sem receber o pagamento há alguns meses.

A informação chegou à redação da FolhaBV por meio de denúncias de funcionários das cozinhas industriais instaladas no estado, relatando que estariam com dificuldades em receber os seus salários mensais.

A reportagem entrou em contato com as empresas, e o procurador de uma delas, confirmou que estaria enfrentando problemas para pagar os funcionários, e também para pagar fornecedores devido a atrasos no pagamento por parte da Operação Acolhida. “O problema é que houve reajustes nos preços dos alimentos em todo o Brasil, e não tivemos possibilidade de fazer o reequilíbrio econômico dos preços, e além disso, desde o ano passado estamos tendo problemas com atrasos no pagamento das notas que demoram a ser liberadas para emitir, o que acaba gerando um atraso de até três meses entre o fornecimento e o recebimento”, explicou.

A FolhaBV também entrou em contato com uma segunda empresa que fornece a alimentação, que por meio de sua diretoria confirmou que estaria com dificuldades em pagar funcionários por conta da demora no recebimento dos valores das notas referentes ao serviço prestado à Operação Acolhida e que isso poderia obrigá-los a suspender o fornecimento de alimentos nos próximos dias.  

Juntas, as duas empresas fornecem cerca de 18 mil refeições por dia aos abrigos de imigrantes, sendo café da manhã, almoço e jantar. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, os valores devidos a essas empresas já ultrapassam a casa dos R$ 15 milhões.

Em nota enviada a reportagem, a Operação Acolhida negou que haja possibilidade de um colapso no fornecimento de alimentação e afirmou que está seguindo o fluxo normal dos contratos, conforme a legislação vigente.

Em Roraima, a Acolhida mantém 12 abrigos, sendo que 05 são para 1.850 indígenas. Os imigrantes abrigados somam 5.735 e alojados 2.808.