Governo e prefeitura não informam medidas para evitar alagamentos

A forte chuva que caiu na noite desta quarta-feira (2) deixou autoridades e a população em alerta, por conta dos alagamentos de várias ruas e residências na Capital. Um problema recorrente tem sido a água que invade as unidades de saúde, causando transtornos a pacientes e servidores.

O HGR (Hospital Geral de Roraima), e o Pronto Atendimento, a maternidade e a Policlínica Cosme e Silva foram afetados pela chuva, quando a água invadiu as unidades pelo forro.

O secretário de Saúde, Airton Cascavel, disse que a água entrou no HGR por causa da unidade de saúde e o asfaltamento estarem no mesmo nível, além da drenagem não ter suportado o volume de água. 

De acordo com o secretário, nesta quinta-feira (3), foi realizada uma reunião com toda a equipe de engenharia da Sesau (Secretaria de Estado da Saúde), Seinf (Secretaria de Infraestrutura), e empresas responsáveis pela manutenção nas unidades.

“Foi verificado o que pode ser feito de forma emergencial para evitar novos transtornos. Para isso, ficou acordado que as equipes sejam reforçadas nesse período de inverno e fiquem de prontidão para realizar os reparos necessários nas duas Unidades”, complementou.

PMBV – Ema várias avenidas que ficaram alagadas foi realizada obra de drenagem, mas, mesmo assim foi inevitável o acúmulo de água nesses trechos. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber qual o diâmetro das manilhas utilizadas nessas obras; se foi feito algum estudo para saber o tamanho da tubulação de concreto que deveria ser usada para evitar alagamentos, já que o inverno em Boa Vista é rigoroso; e o que a PMBV atribui para ocorrer esses alagamentos nos trechos onde foram feitas obras de drenagem.

Confira na íntegra a nota da prefeitura

As equipes da Patrulha da Chuva e Defesa Civil Municipal estão acompanhando a situação das ruas e atendendo aos chamados da Central 156. De acordo com o pluviômetro da Defesa Civil, choveu em média 70 mm nas últimas 24h em Boa Vista. O esperado para o mês de junho é de aproximadamente 320 mm.

Com relação a avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, não houve nenhum tipo de ocorrência, e mesmo sem o fim das chuvas na manhã desta quinta-feira, 3, a drenagem já escoou a água, conforme imagem registrada pela equipe as 8h (em anexo).

Reforçamos que em Boa Vista já foram executados mais de 160 km de obras de drenagem nos últimos anos, eliminando pontos críticos e diminuindo os transtornos aos moradores durante o período chuvoso, ajudando a água das chuvas a escoar mais rápido. Antes das obras de drenagem executadas em Boa Vista, a água das chuvas ficava acumulada por dias, e agora, apesar da grande quantidade de chuvas, em pouco tempo as ruas estão secas.

É importante que a população não coloque entulho, galhadas e outros materiais em frente as casas, nas calçadas ou ruas. Essa atitude prejudica o escoamento das águas das chuvas, entope bueiros e causa alagamentos.

GOVERNO – A reportagem também fez contato com o Governo do Estado, para saber quais medidas serão adotadas para evitar esses transtornos, e se o reparo feito no telhado/forro das unidades de saúde é só uma medida paliativa.

Em resposta, a Folha recebeu a seguinte nota:

O Governo de Roraima informa que a chuva ocorrida na noite desta quarta-feira, 2, atingiu volumes pluviométricos bem acima da média e da capacidade de vazão das tubulações, sendo o principal motivo dos ocorridos nas unidades de saúde do Estado.

Informa que imediatamente as equipes de manutenção foram acionadas e foram adotadas as medidas para a preservação da integridade dos pacientes e servidores em todas as unidades de saúde.

E esclarece que o telhado do Hospital Geral está sendo recuperado pelas equipes de manutenção e que o hospital enfrenta problemas em função do estrangulamento da rede de drenagem, obra que foi executada e é de responsabilidade da Prefeitura de Boa Vista.

A obra de drenagem ficou ainda mais comprometida com a construção da ciclovia que passa em frente ao HGR, causando refluxo e acúmulo de água dentro do hospital.

Por fim, informa que, no caso do HGR, já solicitou por várias vezes que a prefeitura solucione o problema, mas até hoje não foi atendido. No momento da chuva, deviam ter em torno de dez pacientes na região onde ocorreu o refluxo da água. Todos estavam em macas e não precisaram ser retirados.

As equipes atuaram para retirar a água e, em torno de 1h após, estava tudo normalizado.

Nesta quinta-feira, 3, foi realizada pela manhã a intervenção no telhado e forro nas outras unidades de saúde atingidas pela forte chuva

Além disso, ficou decidido o reforço das equipes de manutenção, durante o período de inverno, a fim de que atendam prontamente, quando houver necessidade de reparos estruturais nas unidades de saúde do Estado.