Cotidiano

Governo espera arrecadar 700 mil para festa no Anauá

O evento será na próxima semana e será de apenas três dias, de 26 a 28 deste mês

Diferente de edições anteriores, a realização do arraial do governo do estado neste ano terá a parceria público-privada. O Executivo disponibilizará R$ 460 mil e espera arrecadar de empresas privadas, por meio de aquisição de cotas de patrocínio, o valor de R$ 700 mil.

A 27ª edição do Arraial do Anauá em 2018 custou aos cofres públicos R$ 2,6 milhões e agora em 2019 o governo fará a festa com 82% a menos de recursos. O evento será na próxima semana e será de apenas três dias, de 26 a 28 deste mês, enquanto antes eram dez dias.

O valor total do projeto do arraial será de R$ 1.189.009,91. No início desta semana foi lançado o edital, com a chamada pública para a seleção de patrocinadores do ‘São João do Anauá’, em que empresas interessadas em serem parceiras do evento têm até esta quinta-feira (18) para apresentar propostas, que devem ser entregues no Palácio da Cultura Nenê Macaggi, ao lado dos Correios, no Centro. A abertura ocorrerá nesta sexta-feira (19), a ser realizada no mesmo local.

As empresas devem optar por uma dos três tipos de cotas. Tem a Apresenta, em que o único empreendimento vencedor terá que entrar com R$ 130 mil; Patrocínio: são oito cotas de R$ 10 mil, cada uma; e Apoio que é no valor de R$ 5 mil e disponíveis para quantas empresas estiverem interessadas em participar dessa modalidade. O diretor de promoção cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Jhonson Castro informou que o estabelecimento que atender os pré-requisitos terá como contrapartida a publicidade da marca do seu negócio e estará presente na comunicação da festa.

“Esse será um novo formato de arraial, assim como acontece em grandes eventos em outras cidades do país”, ressaltou Castro, comentando que a ideia da parceria público-privada é para viabilizar o evento, que terá estrutura reduzida. “O estado está em momento difícil financeiramente, mas o arraial terá um impacto financeiro positivo com a geração de renda e emprego, além de valorizar a parte social, pois as quadrilhas têm também a função de tirar jovens da ociosidade”, comentou. A Secult é a responsável pela organização, coordenação e aprovação de todas as etapas da execução dos trabalhos que envolvem a montagem e desmontagem do evento.

Governo reduz valor do repasse às quadrilhas juninas

Em edições passadas os grupos juninos recebiam uma ajuda de custo do governo. Em 2018, por exemplo, as 12 quadrilhas do grupo de Acesso receberam R$ 30 mil, cada uma, e as 12 do grupo Especial receberam R$ 40 mil, totalizando R$ 840 mil reais.

Este ano, o governo repassará 10 mil reais para os grupos de Acesso e 15 mil reais para o Especial: R$ 300 mil. Esse valor total faz parte dos 460 mil reais 460 mil de recursos próprios do governo que serão investidos nesse evento. Neste evento, diferente do acontecia em arraiais passados, não haverá premiação em dinheiro e nem troféus para as três primeiras colocadas de cada grupo. (E.R.

Governador está na contramão da gestão público, diz sindicato

Enquanto não tem dinheiro para pagar as diárias de servidores que se deslocam a serviço da capital para o interior do Estado, o governo investirá mais de R$ 1 milhão de reais no arraial, que acontecerá de 26 a 28 deste mês no Parque Anauá.

Francisco Figueira, presidente do sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), o governador Antonio Denarium está na contramão da gestão pública. “Ele mesmo se contradiz quando decreta estado de calamidade financeira no estado e vai fazer arraial. Não conseguimos entender isso. Vai investir recursos em uma festa, mas não tem dinheiro para pagar as diárias dos servidores?”, questionou.

“Esses funcionários merecem respeito e serem valorizados, pois lá no posto do Jundiá eles estão empenhados em fazer o seu melhor para Roraima. É lá em Rorainópolis, longe da capital, que se dedicam na esperança de ver o estado prosperar. Mas ai o governador parece que não tem sentimentos por seus servidores. Muitos são pais de famílias”, ressaltou Figueira.

O sindicalista comentou que o governador não tem compromisso com o estado e nem com seus servidores. “Ele precisa entender sobre gestão pública. Se vai fazer o arraial significa que no estado não tem crise financeira”, enfatizou. (E.R.)