Cotidiano

Homeschooling: Estudar em casa pode ser uma boa opção? 

De acordo com o projeto de lei, a educação básica domiciliar passa a ser admitida por livre escolha e sob a responsabilidade dos pais ou responsáveis legais pelos estudantes. 

O texto-base do projeto de lei que regulamenta a prática da educação básica domiciliar, conhecida como homeschooling, foi aprovada na quarta-feira, 18, pelo plenário da Câmara dos Deputados. Com isso, surge uma discussão sobre o método de ensino ser seguro para o desenvolvimento dos alunos, ou não.  

De acordo com o projeto, a educação básica domiciliar passa a ser admitida por livre escolha e sob a responsabilidade dos pais ou responsáveis legais pelos estudantes. A educação básica compreende os ensinos infantil, fundamental e médio. 

Segundo a psicopedagoga Graciela Ziebert, a didática domiciliar não é suficiente para o desenvolvimento de todas as áreas de conhecimento do aluno, resultando em falhas na evolução do aprendizado principalmente, infantil. 


Professora, psicopedagoga e mestre em educação Graciela Ziebert (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“Quando o ambiente familiar quebra a relação com a criança para passar a ter uma relação de ensino e aprendizagem muitas vezes essa família não tem preparação para uma metodologia, nem toda criança aprende da mesma forma, então, de alguma maneira vai ficar uma falha”, disse. 

O projeto explicita condições para a aplicação do ensino, junto aos pais ou responsáveis. A professora e mestre em educação comenta mais sobre sua opinião sobre o projeto.

“Dentro da escola, a criança aprende a interagir com os colegas e nós observamos durante a pandemia, como essa interação é importante. O isolamento das crianças nessa educação causou muitos conflitos familiares, a falta de metodologia e didática afetou as famílias. Então, eu acredito que será um ensino falho, não só no sentido científico, mas por conta da questão da interação”, contou. 

Graciela completou ainda sobre a importância do vínculo entre aluno e professor, onde pode ser notado sinais de violência doméstica e a tomada das medidas cabíveis dentro da legislação. 

“Eu não vejo vantagens para essa criança ser isolada socialmente e ainda mais com a questão da segurança, porque muitos casos são descobertos dentro da escola, pode ser que quanto mais eu isole essa criança mais ela vai ter ainda dificuldades não só com aprendizado, mas com violência”, ressaltou. 


O projeto explicita condições para a aplicação do ensino, junto aos pais ou responsáveis (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

De acordo com a psicopedagoga, é importante que fora do ambiente escolar, as crianças tenham uma rotina de estudo para que consigam cada vez mais avançar no seu desenvolvimento dentro das etapas de ensino em que estão inseridas. “É um complemento, super indicado que tenham um acompanhamento em casa, ou com um profissional para que dentro da escola ela tenha um rendimento maior”, finalizou.

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