Cotidiano

Irmã de paciente questiona acompanhamento a casos suspeitos

Uma funcionária pública relatou o caso do irmão, que está com sintomas do coronavirus desde o inicio de abril. Ele teria ido ao HGR, recebido atendimento e foi liberado, mas não tem sido acompanhado durante isolamento social

Muitas pessoas têm questionado sobre quais procedimentos estão sendo adotados pelas autoridades de saúde quando chega uma pessoa em uma unidade hospitalar dizendo que está com gripe, febre ou qualquer outro sintoma comum ao coronavirus (Covid-19).

Uma dessas pessoas é a servidora pública Ivana Serejo, que contou à reportagem que o irmão de 46 anos, que trabalha como segurança, estaria desde o dia 10 deste mês com tosse, falta de ar e febre. De acordo com ela, o irmão não possui enfermidades pré-existentes.

“Nós o levamos para o Pronto Atendimento Cosme e Silva e eles deram o encaminhamento do meu irmão para o HGR (Hospital Geral de Roraima). Lá, eles atenderam o meu irmão, passaram uns medicamentos, como dipirona, deram o atestado de quinze dias e liberaram-no. Nem sequer chegou a fazerem o exame nele”, relatou a servidora pública. 

Por fim, Ivana contou que o irmão não chegou a ser acompanhado pela saúde estadual ou municipal durante o isolamento social, que está sendo cumprido pelo paciente. “Ele só ficou seguindo as orientações do médico do HGR mesmo”, completou.

GOVERNO – Em nota encaminhada à Folha BV, a Secretaria de Saúde (Sesau) explicou que o acompanhamento é feito quando o paciente faz a coleta e o resultado do teste para a Covid-19 é positivo.

A pasta alertou que, embora o Estado realize os exames, o município é quem faz o acompanhamento e monitoramento na Atenção Básica.

“Neste caso, o paciente foi atendido e medicado na unidade de saúde e mandado para casa, porque não era um caso para internação. Ele ficou fora do acompanhamento, porque não houve uma informação ou uma solicitação”, esclareceu a secretaria.

Por fim, a Sesau orientou que o paciente entre em contado com a Atenção Básica do município para solicitar coleta ou acompanhamento.

PREFEITURA – A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber como tem sido feito o acompanhamento médico dos pacientes que estão cumprindo isolamento social. Por meio de nota, informou que uma das ações de combate a Covid-19 existentes no Plano Emergencial da capital é o acompanhamento e monitoramento das pessoas suspeitas e confirmadas com a doença. O acompanhamento é feito pelas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), das unidades básicas de saúde.

“Hoje as equipes do município acompanham mais de 100 pessoas nessa situação. Este número não está relacionado ao número diário de notificações de casos divulgados, pois depende das notificações recebidas na Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS)”, frisou o executivo municipal.

A prefeitura ressaltou que as equipes monitoram os pacientes por meio de ligação telefônica a cada 48h e, quando necessário, presencialmente, recebendo todo o suporte das equipes, inclusive com acolhimento psicológico da equipe multiprofissional da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), quando necessário.

“Esta medida de acompanhamento é para pessoas que estão em isolamento domiciliar e que estão em bom estado clínico e sem necessidade de internação. A permanência em isolamento é de 14 dias. Após esse período, elas recebem alta do tratamento conforme as autoridades médicas, por não apresentarem mais sintomas da doença e não necessitarem mais ser medicadas” pontuou a PMBV.

O Executivo municipal afirmou que as equipes da ESF acompanham os casos confirmados e suspeitos devidamente notificados e que são encaminhados para o município de Boa Vista. Essa notificação é realizada tanto nas unidades básicas de saúde pelos médicos ou nas unidades hospitalares e deve ser realizada em até 24h a partir do conhecimento de caso que se enquadre como confirmados.