Cotidiano

Justiça determina retirada de família de lotes no Alvorada

Parte da rua Maria Martins Vieira foi interditada para o trânsito de veículos. A PM esteve no local para garantir a ordem dos trabalhos

Em cumprimento a uma decisão judicial, famílias foram desapropriadas de lotes situados no bairro Alvorada na manhã desta quinta-feira, dia 11. A ação contou com a presença de várias viaturas da Polícia Militar (PM).

Um advogado do suposto dono dos 14 lotes desapropriados contou à FolhaWeb que a situação da área já se arrastava há 20 anos. Ele ressaltou que depois de idas e vindas, a justiça estadual deu ganho de causa a seu cliente e a decisão não cabe mais nenhum recurso.

“Esse é um processo antigo, uma área invadida nos anos 90, ele [cliente] entrou com as medidas judiciais cabíveis e agora o juiz determinou a reintegração, pois todas as chances de conciliação com as famílias que estavam aqui foram esgotadas, não cabendo mais nada. Nós estamos apenas cumprindo o mandado de emissão de posse que determinado pela justiça”, ressaltou Rodson Fernandes Moreira.

A reportagem esteve no local por volta das 10h15 e constatou que parte de um dos lotes já havia passado pela desocupação e demolição de residências. Um trecho da rua Maria Martins Vieira estava bloqueado para o trânsito de veículos e todo o trabalho foi acompanhado de perto por curiosos e pelas famílias atingidas pela decisão.

“Como é que ele é dono de uma terra, que ele supostamente diz que está legalizada, no nome dele, e deixa chegar a esse ponto? O pessoal gastar o seu suor, dar o seu financeiro todinho, às vezes dando o que não tem, pra chegar uma máquina e derrubar tudo isso aqui? Porque ele não chegou no início e falou que essa terra já tinha dono?”, questionou um dos moradores, que não quis se identificar.

O morador afirmou ainda se sentir injustiçado com a decisão, uma vez que investiu tempo e dinheiro para estar naquele local. “Só não estão na rua porque tenho parentes, mas nós investimos tudo aqui. Temos documentos que apontam que sou dono desse terreno. Como pode então esse tipo de coisa?”, completou.