Cotidiano

MP identifica falhas em atendimentos no Hospital da Criança

Promotor afirmou que estrutura, medicação e alimentação, estão satisfatórios, e que falta de médicos é a "única pendência"

Mesmo com as recorrentes reclamações sobre a demora no atendimento do Hospital da Criança Santo Antônio, na avaliação do promotor de Defesa da Saúde, Igor Naves, a qualidade do atendimento avançou. A única ressalva foi para o atendimento médico, que segundo ele, é a “única pendência” na unidade. 

A avaliação foi feita na manhã desta quarta-feira (14), após uma inspeção do Ministério Público do Estado de Roraima no hospital. “O que ainda está pendente é a questão da assistência médica. Ou seja, falta de profissionais pra cobrir determinadas demandas, mas o resultado das mudanças implementadas pelo município depois do ajuizamento da Ação do MPRR são muito satisfatórios”, disse o promotor.

Denúncias

Nesta terça-feira, a Folha entrou em contato com o MPRR para questionar que medidas têm sido adotadas pelo órgão fiscalizador para solucionar o problema. Nas últimas semanas, tem aumentado o número de reclamações de pais e mães que precisam aguardar o dia inteiro para conseguir atendimento.

Uma reclamação recorrente dos pais é a demora no atendimento. Na noite de segunda-feira (12), pais que chegaram às 9 horas alegaram que às 19h45 ainda aguardavam atendimento. 

Ao comentar o assunto, nesta terça-feira, o prefeito Arthur Henrique justificou que 70% dos 55 mil atendimentos realizados no primeiro semestre deste ano na unidade são pouco ou não-urgentes, que deveriam ser atendidas nas unidades básicas de saúde. Estas unidades, por sua vez, contam com clínicos gerais mas não têm especialistas, como pediatras. A superlotação ocorre praticamente todo período chuvoso há vários anos, e neste, a situação foi agravada pela pandemia. 

O prefeito também falou que faltam médicos, e que mesmo abrindo vagas em seletivos e concursos públicos, há pouca interesse dos médicos em participar. Segundo a prefeitura, no último seletivo, foram chamados nove médicos aprovados, mas apenas dois se apresentaram. “O que acontece é que temos uma carência muito grande de profissionais em termos de quantitativo. A oferta de profissionais em Boa Vista não atende a nossa demanda”.  

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