Cotidiano

Mais de 110 ocorrências de ataques de abelhas foram registradas

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

No início de janeiro deste ano, um ataque de abelhas assustou moradores que passavam pela rua Piscicultura, no bairro Santa Teresa. O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) foi acionado para a retirada e, por sorte, não houve feridos. Mas não parou por aí. Até o momento, 112 ocorrências desta natureza foram registradas pelo órgão somente em 2020, sendo a última neste final de semana.

Segundo a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA), o número de ocorrências de ataques de abelhas na capital está maior este ano devido ao número de queimadas no habitat dos insetos, o que faz com que abandonem as colmeias e se desloquem para locais mais seguros. 

Dos casos que ocorreu esta semana, a vendedora Fabiane Machado conta que viveu momentos de apreensão ao ter a casa invadida por dezenas de abelhas. O caso ocorreu no Mecejana, um dos quatro bairros que lideram os índices de ataques de abelhas na capital. Dias antes, outros três casos de infestação também foram registrados em localidades diferentes, mas todos em Boa Vista.

Em um dos casos, a moradora que contatou o Corpo de Bombeiros foi informada que seria necessária uma autorização, expedida pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA), para então ser realizada a retirada do enxame. Além disso, ela teria que comprar o material que seria utilizado no procedimento. A moradora chegou a compartilhar a situação em uma rede social, o que gerou clima de revolta entre os internautas.

Diante da situação, o assessor de imprensa do Corpo de Bombeiros, tenente Raustman Gondim, esclareceu que a autorização só é necessária quando não se trata de um ataque. Conforme relato, um número de protocolo é gerado toda vez que o Corpo de Bombeiros é solicitado, por meio da Central 193. Neste momento, a pessoa é orientada sobre os procedimentos de segurança que devem ser adotados.

O solicitante também recebe informações sobre como agir no caso de retirada da colmeia. É neste momento que entra a autorização. Após a solicitação na sede da SPMS, localizada no Paraviana, o morador recebe a visita de um inspetor para analisar a situação. Após isso, é emitido um parecer técnico relatando a necessidade, ou não, da retirada do enxame. A autorização é emitida no mesmo dia.

Com o documento em mãos, o morador entra em contato com os Bombeiros para a retirada. “O Corpo de Bombeiros só realiza a retirada imediata (ou seja, sem a necessidade da autorização) quando há ataque ocorrendo”, disse Gondim. Segundo ele, o material solicitado pelos Bombeiros, que se resume a inseticida, sabão em pó e panos velhos, é destinado à limpeza do local, para evitar que os insetos retornem ao local.

Além do Mecejana, a maioria das ocorrências é registrada no Asa Branca, Pintolândia e Senador Hélio Campos. Entretanto, de modo geral, o alojamento de abelhas costuma ser encontrado nos forros das residências, em mangueiras e outras árvores, e em locais com pequenos furos que podem abrigar a colmeia. Outro ponto destacado pelo tenente foi em relação aos ataques.

“Geralmente os ataques de abelhas ocorrem quando elas se sentem ameaçadas e/ou quando há muito barulho próximo. Nesses casos, elas ficam agitadas e, para proteger a colmeia, acabam atacando”, explicou. Por este motivo, o tenente frisou a importância de estar atento ao aparecimento de abelhas isoladas, principalmente nas luminárias, durante a noite.

CUIDADOS – Para se prevenir de um possível ataque, também cabe a população ter alguns cuidados. Em caso de limpeza de terreno, por exemplo, Gondim recomendou uma vistoria prévia no local, a fim de identificar alguma colmeia. O mesmo deve ser feito em casos de podas de árvores. Caso haja a presença de alguma colmeia, até mesmo em outros terrenos, a recomendação é não realizar a vistoria e procurar os órgãos competentes. No caso, a SPMA e, posteriormente, o CBMRR, caso não haja ataque.

A Secretaria reforçou que a solicitação para a retirada das colmeias é feita no protocolo da SPMA, localizada na rua Claudionor Freire, 571, no bairro Paraviana. O órgão funciona das 8h às 14h.