Mais de 170 médicos pedem afastamento de diretores da Coopebras

Mais de 170 médicos de Roraima querem convocar uma assembleia geral para votar a proposta de afastamento de todos os membros do conselho de administração da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras). A alegação é que as investigações de possível desvio de recursos públicos teriam prejudicado toda a categoria.

Segundo requerimento apresentado ao diretor-presidente da cooperativa, do qual a Folha teve acesso, a convocação da assembleia geral extraordinária segue a legislação federal e o estatuto da Coopebras, com a assinatura de 176 médicos cooperativados que correspondem a mais de 1/5 dos cooperados, em acordo com os prazos definidos até para apresentação de recursos.

A solicitação é para que a assembleia geral ocorra no dia 27 de outubro, a partir das 17h. Caso aprovado o afastamento dos membros também será votado os nomes daqueles que vão constituir o conselho provisório da unidade.

DETALHES – No detalhamento dos motivos, os médicos apontam que a Coopebras, em especial os membros do conselho de administração, são alvo de investigações promovidas pela Polícia Civil (PCRR) e Ministério Público Estadual (MPRR).

Citam por exemplo o inquérito da Polícia Civil onde diz que “a Coopebras estaria realizando desvio de recursos públicos, o que acarretaria eventual transgressão ao Código Penal Brasileiro, aos crimes de peculato, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 

Diz ainda que o MPRR protocolou denúncia criminal em desfavor de oito pessoas, membros do conselho de administração e solicitou o pedido do afastamento imediato de todos dos cargos que ocupam, além de dizer que as investigações fizeram parte de notícias policiais nos jornais de grande circulação do Estado.

“Justamente motivado com o interesse exclusivo de mudança e de modo a resgatar, mesmo que a longo prazo, a credibilidade da classe médica na prestação de serviços à população e ao Estado de Roraima, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, é que um movimento natural e orgânico foi inicializado por diversos cooperados de diversas especialidades médicas”, diz trecho do documento.

Os cooperados ressaltam ainda que o intuito não é de penalizar os membros. “É importante ressaltar que, em nenhum momento, o presente requerimento busca a aplicação de quaisquer penalidades de demissão, eliminação e exclusão de quaisquer cooperativados, mas tão somente a destituição de membros dos órgãos de administração”.

CONSELHO – O Conselho de Administração da Coopebras é formado por quatro membros efetivos (Presidente, Diretor Vice-Presidente, Diretor Administrativo Financeiro e Diretor Médico) e quatro suplentes. A composição atual do conselho atual foi eleita e empossada na 21ª Assembleia Geral Ordinária da entidade, realizada em 16 de março deste ano, para o cumprimento dos mandatos entre 01 de abril de 2020 até 31 de março de 2024.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com membros do Conselho de Administração da Coopebras e aguarda retorno.

Integrantes da Cooperativa foram alvo de operação da Polícia Civil (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

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