Cotidiano

Mais de 340 condutores foram autuados em Roraima

O quantitativo é de janeiro a setembro desse ano; os meses de março, agosto e setembro foram os meses com os maiores índices até agora

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Mesmo com multa alta, risco de prisão e notícias frequentes de acidentes graves motivados pela combinação álcool e direção, milhares de motoristas insistem em não seguir recomendações e dirigir depois de beber.

Levantamento do Departamento de Trânsito (Detran) mostra que, apenas nos primeiros nove meses de 2019, 344 condutores foram autuados por dirigir sob efeito de álcool, sendo março, com 69 notificações, agosto, com 50 e setembro, com 49, os meses com os maiores índices.

Ainda segundo o Detran, houve uma diminuição dos dados de 2018 para 2019. Enquanto foram registradas 344 notificações até o fim de setembro, no mesmo período de 2018 o total era de 432 pessoas flagradas dirigindo alcoolizadas. No ano todo, esse quantitativo chegou a 510 infrações.

Em 2018, os meses com os maiores índices foram fevereiro, com 81 notificações, agosto, com 56 e junho, com 55.

Há quase dois anos, o desempregado Jonas Sena, de 53 anos foi uma vítima da perigosa combinação álcool e direção. Ele conta que tinha deixado em casa um colega que estava bêbado e, ao retornar pela Avenida Princesa Isabel, foi atingido por um motorista que veio pela contramão. O causador do acidente também estava embriagado e se evadiu do local.

“Perdi um dedo do pé e fiquei com bastante sequelas na perna. Por causa disso, não tive mais condições de trabalhar, principalmente nas funções que eu exercia antes, que era churrasqueiro e garçom, profissionais que exigem muito da perna, e agora não sei se eu vou voltar. Tenho muita vontade de trabalhar ainda”, lamentou o homem, que ficou internado por três semanas no Hospital Geral de Roraima.

Jonas tenta, com o auxílio da fisioterapia, retomar a sua rotina. “Álcool com direção não dá! É complicado, porque a pessoa perde o medo de dirigir, você quer correr e perde a atenção e isso traz muitos riscos à vida das pessoas que estão de boa. Então quem for dirigir, não beba”, finaliza.

Detran afirma que faz campanhas para orientar motoristas


Igo Brasil pontuou que está sendo feito um trabalho de prevenção (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)


O diretor-presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Igo Brasil, pontuou que está sendo feito um trabalho de prevenção junto à população. O órgão responsável pelo trânsito também busca promover eventos de sensibilização da população, como corrida e o passeio ciclístico promovido esse ano. 

“A gente traz a sociedade para mais próximo do Departamento, para passar essa mensagem de tolerância e respeito às leis do trânsito”, pontuou o diretor-presidente.

Já as ações repreensivas são realizadas dentro das fiscalizações e operações realizadas pelo Detran.

“É importante frisar que isso é uma preocupação de todo o sistema nacional de trânsito, como a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o SMTRAN (Superintendência Municipal de Trânsito), que possuem seus próprios dados. Todos esses órgãos são responsáveis por cuidar do trânsito, a fim de diminuir essas pessoas flagradas dirigindo alcoolizadas”, acrescenta Brasil.

Dirigir embriagado pode gerar multa de quase R$ 3 mil

O bafômetro, o teste comumente aplicado por agentes de trânsito a condutores que possam estar sobre efeito de álcool. Se for identificado pelo exame um limite mínimo de 0,04 mg/l, o condutor será notificado por infração gravíssima. Caso o limite extrapole o índice de 0,34 mg/l, será configurado crime de trânsito e o motorista é levado à delegacia. A multa pelo crime, atualizada em fevereiro desse ano, é de R$ 2.934,70 e estará impedido de dirigir por um ano.

“Só que nem todo mundo aceita fazer o teste do bafômetro. Nesse caso, apenas é atribuída a notificação e o veículo será liberado caso o condutor consiga outra pessoa que possa dirigir e que comprove que não ingeriu bebida alcoólica”, advertiu Brasil, presidente do Detran Roraima.

As medidas a serem tomadas também valem para quem for flagrado pelo Detran sob o efeito de entorpecentes, como previsto no Código de Trânsito Brasileiro. Conhecido como drogômetro. O aparelho que identifica essa situação existe, porém ainda não foi regulamentado.

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