Cotidiano

Mais de 37% do público-alvo em Roraima não se vacinou

Indígenas e crianças apresentam a menor cobertura vacinal até o momento; resistência à vacinação é principal dificuldade encontrada por equipes de saúde

A oito dias do fim da campanha de vacinação contra a gripe, mais de 37% do público-alvo roraimense ainda não se vacinou contra a gripe. Até esta quinta-feira, 23, a cobertura vacinal em Roraima atingiu apenas 62,13%. Apenas o município de Caroebe atingiu a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, chegando a 91,76%.

Em todo país, ainda faltam 21,8 milhões de pessoas a serem imunizadas, que devem procurar as unidades básicas de saúde até o dia 31 de maio. Alto Alegre e Amajari completam os melhores resultados, com 82,67% e 75,98%, respectivamente. Já os municípios de Pacaraima (39,89%), São Luiz (29,36%) e Cantá (26,30%) tiveram os resultados mais baixos.

Dentre as principais dificuldades para atingir um número maior de imunização está na resistência da população em aceitar a vacina, conforme explicou a técnica do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI), Alice Dantas. Ela destacou que cada município trabalha com campanhas e ações voltadas para tentar aumentar a quantidade de pessoas vacinadas.

“O grande problema é que existe um mito que as pessoas acham que se tomarem a vacina, vão ficar gripadas, mas isso não é real. O que acontece é muito pelo contrário, vai proteger contra complicações da gripe”, relatou e disse que além da pouca adesão do público, a greve nos serviços do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) Leste acabou afetando a aplicação das doses nos indígenas, que está apenas em 55%, o menor dos grupos prioritários.

Alice frisou que as equipes de saúde estão empenhadas a conseguir atingir a meta vacinal, com somente os professores e idosos apresentando taxas acima de 78%. Grávidas, pessoas com doenças crônicas, trabalhadores de saúde, crianças com menos de seis anos e puérperas, com até 45 dias depois do parto, completam o público-alvo da campanha, que teve início no dia 10 de abril.

O Ministério da Saúde ainda não informou para o Núcleo se as vacinas vão continuar disponíveis nos postos de saúde para a população geral após o encerramento da campanha ou se as doses serão recolhidas. “A vacina não é obrigatória, mas vai da conscientização de cada um que a vacinação é importante”, completou.

Venezuelanos prioritários também serão vacinados

Os venezuelanos estão inclusos para receberem a vacinação, porém somente pessoas pertencentes aos grupos prioritários, e também devem se encaminhar até os postos de saúde para receberem a vacinação. Na capital já foram aplicadas 53 mil doses, o que equivale a 64,23% de cobertura vacinal, com as crianças de seis meses a menores de seis anos apresentam um dos menores índices da cobertura, com apenas 60,24% do público alcançado.

A vacina está disponível para os grupos prioritários em 27 unidades básicas de saúde, além da sede da Família que Acolhe e o Hospital da Criança Santo Antônio. O horário de funcionamento é variável em cada unidade, mas geralmente segue horário comercial. (A.P.L)

Confira a cobertura vacinal em cada um dos municípios de Roraima: