Cotidiano

Mesmo com pandemia, setor de tatuagens cresceu

Agosto é o mês em que um estúdio, em Boa Vista, mais fatura

Enquanto alguns negócios lutam para se recuperar dos impactos da pandemia de covid-19, o setor de tatuagem comemora saldos positivos. De acordo com uma pesquisa divulgada pela IBIS World, a indústria global de tatuagem, estimada em US$ 1.4 bilhões, deve crescer 23.2% em 2021, superando a porcentagem prevista para bens de consumo e serviços. No Brasil, país que ocupa a 9ª posição entre as nações mais tatuadas, o setor teve resultados ainda maiores, com crescimento de 50% em 2020, segundo dados da Associação Nacional dos Tatuadores.

Para um estúdio, localizado no bairro São Vicente, o melhor período de faturamento foi durante a pandemia. De acordo com o proprietário Phillip Carvalho, nesse período houve um aumento de 38 a 41%, comparado a 2019. Agosto é o mês de maior procura.

“Acredito que houve esse aumento em todo o país, após a flexibilização dos decretos e as pessoas estarem cansadas de está em casa. Como é um procedimento seguro, então as pessoas acabam tendo mais segurança para fazer”, disse.

Com a pandemia o estúdio teve que se adaptar aos novos protocolos, entre eles, agendamento com horários espaçados de um cliente para outro para não haver aglomeração no espaço.

“Na pandemia começamos a limitar o número de clientes ao mesmo tempo no estúdio e permanecemos assim mesmo com a redução de casos e vacinação ocorrendo”, destacou Carvalho.

Um dos motivos que devem ser considerados para o aumento das tatuagens, pode ser pelo número de mortes por Covid-19. Que em Roraima são 2.078 vítimas e no Brasil 620 mil. Pois essa é uma forma escolhida para homenagear os entes queridos.

“Com a pandemia, houve muita procura de pessoas querendo homenagear os entes queridos com frases, símbolos, rostos, entre diversas formas”, explicou.

O valor das tatuagens teve um aumento significativo, tendo em vista o custo do material utilizado. O tatuador enfatizou que uma caixa de luvas custava cerca de R$19,90 e hoje sai em média a R$ 144. “No pico da pandemia a mesma caixa de luvas chegou a custar R$180 e consequentemente teve impacto no cliente”, destacou.  

Outro procedimento que vem cresceu durante a pandemia foi à aplicação de piercings. De acordo com Carvalho, de 10 clientes atendidos, pelo menos cinco são para aplicação da joia.

“Para aplicar o piercing é preciso ficar de repouso e com a pandemia as pessoas foram obrigadas a ficar em casa e isso deve ter contribuído para esse aumento”, enfatizou.