Cotidiano

Mesmo na crise é preciso celebrar as mulheres

Mais de 24 milhões de mulheres empreendem no Brasil, sendo que 44% delas iniciaram seus negócios por necessidade, como é o caso da microempreendedora Maria Galties

O Dia do Empreendedorismo Feminino (19.11), data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, celebra a mulher empreendedora. Em recente pesquisa divulgada pelo Sebrae, mais de 24 milhões de mulheres empreendem no Brasil, sendo que 44% delas iniciaram seus negócios por necessidade. Atualmente, 34% das empresas abertas e 48% dos microempreendedores individuais (MEI) existentes no país são delas.

A empresária Maria Galties de Souza faz parte dessa estatística. Natural do Maranhão, veio para Roraima há 30 anos em busca de oportunidade de trabalho. “Sou filha de feirantes, e também trabalhei na feira, bancária, professora, trabalhei em repartições públicas, em escolas, nos outros municípios também”, contou.

Quando ela começou a vender roupas como sacoleira, trabalhava apenas aos finais de semana. “Eu vendia roupas e sem joias, naquela época já tinha agenda lotada, passava o sábado e o domingo atendendo a domicílio”, explicou.

“Comecei desde muito nova a trabalhar, iniciei a empreender por necessidade, foquei na venda e na moda por achar que seria fácil por apenas gostar, mas depois, percebi que não, comecei a me preparar, estudar bastante para chegar onde cheguei. Até hoje estudo muito. Sou apaixonada pelo que faço.

Ser empresária para Maria Galties é um constante desafio, porém ela lida com eles buscando o aprendizado.

“Todo dia é um desafio diferente, mas o empreendedor acaba gostando de problemas, porque quanto mais solucionamos eles, mais conseguimos nos sobressair, mesmo diante de todas as dificuldades, porque sempre temos que nos reinventar”, relatou.

Galties contou que a sua maior missão dentro do empreendedorismo é incentivar e encorajar mulheres a se expandirem por meio do talento pessoal de cada uma.

“Eu hoje quero falar e dar uma oportunidade para que as mulheres possam pensar fora da caixinha, que elas podem sair de qualquer situação em que elas estejam, essa força está nela, a solução, muitas vezes, não está fora, mas dentro de casa, seja um bolo que você saber fazer, uma doce, passar ou lavar uma roupa. É aproveitar o seu talento, focando e aprimorando ele para você, ganhando dinheiro com isso e se saindo bem”, ressaltou Maria Galties.

Para a empreendedora, ajudar mulheres é seu diferencial. “Eu, como mulher, sempre busquei priorizar as mulheres, porque quando mais precisei me deram oportunidades para trabalhar, inclusive com filha pequena. Antes da pandemia eu trabalhava diretamente com cinco mulheres, hoje com duas”, comentou.

As dificuldades sempre foram constantes na vida da empresária, mas ela diz que sempre as viu como uma preparação (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“Um exemplo, tem pessoas que no tempo favorável, estão fracassando e tem pessoas que se dizem em um momento desfavorável estão avançando, então tem muito a ver com o pensamento e a preparação de cada um, só a vontade não se sustenta. Se existe um propósito, dificilmente em meio às dificuldades, a pessoa desisti”, finalizou.

Dia do Empreendedorismo Feminino

A data foi instituída em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU), para incentivar e valorizar a entrada das mulheres no mundo dos negócios, estimulando a abertura de novas empresas, impulsionando o crescimento econômico e mudando a realidade de muitas mulheres em diversas regiões do planeta.