Cotidiano

Moradores denunciam sumiço de ambulância no Uiramutã

Segundo moradores, ambulância do SAMU e van do programa Brasil Sorridente sumiram do município após irem para o conserto 

MARCOS MARTINS

Editorial de Cidades

Morador do Uiramutã, localizado na região norte de Roraima, tem reclamado da falta de ambulância para atender a população na cidade. Segundo o denunciante, a situação ocorre acerca de dois anos com uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e também com uma van que fazia parte do programa Brasil Sorridente. Esse programa tem o intuito de melhorar o acesso da população a tratamento odontológico de maneira gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda conforme o morador que preferiu não se identificar, a ambulância do SAMU quebrou há mais de um ano e nunca retornou. Quanto ao veículo do programa Brasil Sorridente, o morador afirma que está há oito meses sem atender a população. “Ela [ambulância do SAMU] quebrou mais ou menos há 1 ano e dois meses, foi pra conserto e nunca mais a gente viu essa viatura. Sumiu, mandaram para capital para consertar e nunca mais voltou. Aí tem outro veículo do Brasil Sorridente. Eu lembro que era bacana, funcionava e ajudava bastante a comunidade aqui só que tem mais ou menos 8 meses que desapareceu”, afirma.

O morador relata situação de abandono com pacientes que acabam escolhendo ir de veículo próprio sem a ambulância. “Tem vários pacientes em estado grave, doentes que precisam do veículo e estão sendo transportados em carros particulares, de forma totalmente errada, em cima da caçamba de pick-ups de outros moradores e a gente aqui está meio abandonado. Os veículos que eram para nos ajudar não estão servindo. Está sumindo tudo e não sabemos onde estão essas viaturas”, revela ainda.

Segundo o secretário de Saúde do município do Uiramutã, Jeovan de Oliveira, a ambulância do SAMU está em Boa Vista para conserto há um mês devido ser um veículo ultrapassado. “É um veículo problemático e estamos fazendo um sacrifício grande para manter esse veículo rodando. O carro foi adquirido em 2012 e somente foi cadastrado em 2015 no sistema da base do SAMU. Para poder receber esse recurso mensal ele deve estar atuando, fazendo as remoções e gerando ocorrências. Só que se perdeu três anos sem cadastrar esse veículo que agora está na oficina quase um mês de conserto. O município tem uma ambulância e somente se renova frotas do SAMU com cinco anos de uso. Como ele não estava cadastrado devidamente no sistema federal não conseguimos renovar a frota no tempo certo e temos que manter essa ambulância de qualquer jeito até podermos ir atrás de um veículo melhor”, explica o secretário. 

Sobre a van do programa Brasil Sorridente, o secretário de saúde destaca que na semana que vem irá trazer o veículo para Uiramutã. “Foi entregue uma van em 2005 e como é ruim o acesso ao Uiramutã ela ficou parada esse tempo todo. Quando pegamos ela não estava emplacada e toda danificada a parte elétrica, principalmente, por conta da falta de uso. Atualmente uma van está pronta para uso e vou retornar ao município com ela na semana que vem. Vamos adquirir também mais uma van para este serviço”, afirma.

Conforme informações do próprio secretário, Jeovan de Oliveira, o SAMU tem cinco equipes no município e afirma que nunca deixaram de atender as pessoas. “Nós utilizamos veículos da secretaria que são novos para atender todo esse pessoal. Pegamos o município em estado de completo abandono e estamos reestruturando o município desde documentos a estrutura. A ambulância do SAMU está com sete anos de uso e no Uiramutã um veículo dura no máximo três anos e a manutenção dele é muito cara. Mas tem também a questão do repasse do governo estadual que nos anos 2017 e 2018 não foram repassados nenhum recurso para a pasta. Se não fosse o município todas as bases do SAMU estariam fechadas aqui”, afirma ainda.

Em nota, a SESAU informa por meio da Coordenadoria Geral de Urgência e Emergência (CGUE) que o repasse de recurso para o município de 2017 foi pago de janeiro a julho e que o de 2018 foi pago de janeiro a maio. Em 2019, foram pagos de janeiro a maio e que os meses de junho e julho encontra-se no Fundo estadual de Saúde (Fundes) para pagamento.