Cotidiano

Movimento pretende reunir 500 pessoas em ato contra imigração

Serão levantados temas de apoio à Lei da Deportação, além do pedido de retirada dos imigrantes dos prédios públicos e a mudança dos abrigos para a zona rural

O Movimento Fala Roraima pretende reunir mais de 500 pessoas em um evento no próximo sábado, na praça do Garimpeiro, no Centro da cidade. O objetivo é pedir mais segurança nas ruas, por conta do aumento no número de crimes relacionados ao processo de imigração. A concentração começa às 16h e no local haverá um carro de som para as pessoas se manifestarem.

À Folha, o representante do Movimento Fala Roraima, Max Morais, disse que serão levantados temas de apoio à Lei da Deportação, além do pedido de retirada dos imigrantes dos prédios públicos e a criação de um local de abrigo fora da zona urbana onde os venezuelanos possam ficar. 

Ele informou que pretende melhor informar a população sobre a portaria do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, publicada no final de julho, que estabelece um rito sumário de deportação de estrangeiros considerados perigosos ou que tenham praticado atos contrários aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal. 

“Porém, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendesse a portaria de Moro por meio de liminar. Agora a liminar está para ser julgada pelo Supremo. Temos que lutar para que essa liminar seja suspensa e permaneça a portaria de Moro”, disse. 

Segundo a portaria do Ministério da Justiça, ficam sujeitos ao rito sumário os estrangeiros suspeitos de terrorismo, de integrar grupo criminoso organizado ou organização criminosa armada os e suspeitos de terem traficado drogas, pessoas ou armas de fogo. A norma também se aplica a suspeitos de pornografia ou exploração sexual infanto-juvenil e torcedores com histórico de violência em estádios. Caberá à autoridade migratória avaliar quem se enquadra no rol de pessoas consideradas perigosas, segundo a portaria.

“Sem essa liminar não se pode fazer nada, já que a lei de imigrantes tem as prerrogativas de não haver deportação. E enquanto isso Roraima fica à mercê dos muitos bandidos que entraram junto com as pessoas de bem”, disse.

A ideia, segundo Max Morais, é fazer um abaixo-assinado e levar para as autoridades pedindo providências na desocupação dos prédios públicos.

“Vamos protocolar esse abaixo-assinado no comando da Operação Acolhida e no Ministério Público Estadual”, disse. “Não temos mais segurança na cidade. Passamos num local público onde tem estas invasões e nos sentimos inseguros. Claro que não podemos generalizar, mas sentimos muito insegurança depois da imigração”, afirmou. “A população já se manifestou pedindo que tirassem os abrigos de dentro da cidade e que ficassem na zona rural, como acontece em vários lugares do mundo”, disse.

Max citou ainda a preocupação com as próprias pessoas querendo fazer justiça em atos envolvendo furtos e outras situações. 

“A violência aumentou muito e o pior é que já se percebe que a população começa a se revoltar e querer fazer justiça com as próprias mãos; e isso é muito perigoso”, disse.

Para o representante do Movimento Fala Roraima, o ideal é fazer em Boa Vista como foi feito em Pacaraima. “A população de Pacaraima se reuniu e clamou por justiça e segurança e hoje o Exército e a Força Nacional estão nas ruas de Pacaraima fazendo a segurança, revistando pessoas suspeitas e dando toque de recolher a partir das 22h para os imigrantes; e não tem mais ninguém dormindo nas ruas”, disse.

“Nosso movimento não tem cunho político e o carro de som é meu. Esperamos ao menos 500 pessoas no movimento e no final vamos fazer uma caminhada da Praça do Garimpeiro ao Portal do Milênio”, disse. (R.R)  

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