Cotidiano

Nível do Rio Branco se mantém abaixo da cota de alerta

Tatiane Ramos

Colaboradora Folha

Apesar de estarmos no meio do inverno amazônico, Roraima registra uma queda de cerca de 6 metros de diferença no nível do Rio Branco, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

O diretor comercial da Caer, Cícero Batista, explicou que em 2018, neste mesmo período de julho, o rio estava com 8,16 metros acima do nível zero e nesta quarta-feira (10) está com 4,66 metros, uma diferença de quase 50%. “Mesmo com essas chuvas que estão caindo no Estado, a régua mede atualmente 4,66 metros, o que é preocupante. Em julho de 2018, media 8,16, uma redução de quase 50%”, disse.

De acordo com Rámon Alves, meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), as chuvas sempre influenciam na elevação do rio. “Este ano estão dentro do esperado por conta da influência do fenômeno El Nino, com previsão de precipitação em áreas isoladas para os próximos dias. Os níveis do Rio Branco apresentaram resultados menores em relação ao ano de 2018, conforme as estatísticas apresentadas até o momento”, afirma.

Mesmo com pouca chuva, moradores sofrem com alagamento


Os alagamentos nas ruas da cidade continuam prejudicando os moradores, apesar de inverno pouco rigoroso (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Embora as estatísticas mostrem uma redução nas precipitações pluviométricas, a população de Boa Vista ainda sofre na época do período chuvoso. Uns decidem enfrentar o problema de ruas alagadas sem questionar, outros tentam levar a problemática para o órgão público responsável.

Carmelita Lisboa de Azevedo, de 56 anos, moradora há 20 anos do bairro Liberdade, diz que a situação da Rua Tenente Guimarães, no período chuvoso, é sempre o mesmo. “Quando tem muitos buracos a prefeitura vem e tampa, mas ainda não foi feita uma obra que pudesse dar fim ao alagamento no período das chuvas, o que causa transtornos quando precisamos sair de casa”.

Outra moradora da mesma rua, Juracir Alves Pedrosa, de 62 anos, diz que a situação da rua foi toda a vida desse jeito. “Indo de mal a pior. A prefeitura mandou ‘dar uma melecada’ na entrada que dá acesso à Tenente Guimarães, vindo pela Av. Princesa Isabel, o que amenizou a situação dos buracos que geralmente viram uma bacia muito grande. Mas quando dá uma chuva forte, a água entra na minha garagem e faz maré. A Tenente Guimarães fica sem passagem neste período, e todo inverno é desse jeito. Eu gostaria que fossem tomadas providências para a situação que estamos enfrentando”, conclui.

Nilvânia Pedrosa, de 35 anos, diz que a Rua Matrinxã, no bairro Jardim Primavera, local onde reside há oito anos, sempre apresenta problemas com o alagamento. De acordo com a moradora, já foram feitas reclamações, porém sem sucesso. Em conjunto com os vizinhos tentou outras medidas a fim de atenuar a situação. “Pensamos em interditar a rua, porque é uma situação complicada. Estão acabando com a minha calçada por causa disso, pois os pedestres e condutores só passam por cima dela. O asfalto veio até uma rua antes da minha, fizeram uma recapagem, mas o problema de alagamento continua o mesmo em frente a minha casa”, disse.