Cotidiano

PM de Roraima tem sete atiradores de elite 

Em Roraima, os militares especialistas atuam em casos de apoio de gerenciamentos de crises

Nos filmes de guerra ou em jogos de vídeo game é comum a presença de personagens com armas e mira certeira em missões que exigem atenção e paciência. No mundo real, esses personagens são chamados de atiradores de precisão especial ou franco-atiradores, profissionais aptos a atuar em situações que envolvem gerenciamento de crises, como sequestros com reféns e outros apoios a missões das equipes táticas da polícia.

Em Roraima, existem sete militares especialistas para atuar em casos que demandam precisão na mira, sendo que dois atuam pelo Grupo de Ações Táticas Especiais, o Gate. A equipe da Folha foi conhecer o trabalho realizado pelos militares, que por questões de segurança não foram identificados na reportagem.

Um dos policiais explicou que o tiro chamado de comprometimento é a última alternativa tática, pois o objetivo não é que as operações resultem em óbitos. No estado, de acordo com o militar, um dos casos de destaque ocorreu na década de 90, no qual um homem sob efeito de drogas rendeu um parente dentro do carro e o ameaçou com uma faca no pescoço. Na situação foi necessário o disparo de precisão, poupando assim a vida da vítima.

“Nossa primeira função é observar. Para exemplificar há o caso recente ocorrido no Rio de janeiro, onde foi preciso que o atirador descrevesse o que era visto e transmitir as informações. Lembrando que não é o atirador quem decide se dará ou quando fará o disparo, e sim um outro militar que será nomeado como o gerente de crise”, explicou.

O Policial Militar, responsável por coordenar o trabalho no Grupo de Ações Táticas Especiais, disse que o perfil de um atirador de elite requer preparo físico e especialmente psicológico, além de um curso especializado com alto grau de dificuldade e custos financeiros ao governo.

“Um atirador de elite, além de já ser bom em atirar, é preciso ter um curso de operações especiais ou ações táticas. Só assim passará por um critério de avaliações e se especializará na área escolhida como a de atirador de precisão policial, por exemplo. O último curso que foi ofertado em Roraima ocorreu no ano de 2017 e requer investimentos na compra de munições que podem chegar na faixa de R$ 17 mil. Desse valor, já temos uma estimativa do quanto custa ao governo estadual ofertar os cursos”, explicou.

O militar também disse que o Gate receberá mais dois fuzis de precisão e outros itens necessários para atuação do grupo no combate ao crime nos valores de R$ 300 mil.

“Materiais como capacetes e telêmetros estão sendo solicitados junto à Secretaria de Segurança Pública (Sesp), por meio da nossa equipe de convênio. A solicitação e a descrição do material já foram entregues e agora aguardamos o processo licitatório.”

Formas de atuação – Conforme explicado por um militar que integra o GATE, o atirador de elite não é facilmente identificável. Uma das camuflagens utilizadas é a Guile, roupa com cores que imitam áreas semelhantes a vegetação de Roraima. 

“Quando estamos em instrução, as pessoas caminham por nós e sequer percebem. Até a pistola possui camuflagem. O atirador de elite é apto a ficar por horas na mesma posição até que cumpra a missão. Mais importante que a distância é a precisão do tiro. Lembrando que um tiro recebe diferente interferências para que seja bem executado, que envolvem cálculos matemáticos, posicionamento e direção do vento”, concluiu.