Cotidiano

Pacientes oftalmológicos denunciam falta de exames

Os atendimentos foram suspensos devido ao término do convênio entre as clínicas e o Governo do Estado

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

A não renovação de um convênio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está prejudicando, há quase cinco meses, pacientes oftalmológicos que anteriormente realizavam exames gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em setembro, cerca de duas mil pessoas que aguardavam por cirurgias deixaram de ser atendidas devido ao término do contrato.

Por meio do convênio, a população conseguia realizar exames de rotina e até mesmo cirurgias, a depender do caso, sem pagar pelos procedimentos. Um dos consultórios envolvidos com o convênio prestava os atendimentos desde 2004. Com a quebra do contrato, os pacientes estão reclamando que precisam pagar clínicas particulares e nem todos têm condições favoráveis para isso.

É o caso do vendedor Lourival Braga, que há mais de 10 anos usufruía dos atendimentos em uma das clínicas conveniadas. “Não só eu, como minha família. Somos cinco lá em casa. Com os exames gratuitos, só gastávamos com a armação e a lente dos óculos. Agora estou com meus óculos vencidos sem poder fazer o exame que preciso”, frisou.

O vendedor chegou a procurar a Sesau para se informar sobre o convênio, mas soube que não seria feita a renovação. Ao invés disso, a pasta iria procurar outras clínicas para uma nova convocação. “Eles só sabem dizer que está em licitação e que não há uma escolhida ainda. É lamentável pagarmos tão caro pelos impostos para não ter um simples exame”, criticou.

Em setembro deste ano, a Sesau esclareceu por nota que estava em aberto um novo credenciamento para o cadastro de empresas e que, à época, o processo estava em fase de tramitação. Além disso, informou que tinha contrato com uma empresa que presta o mesmo tipo de serviço e que a população continuaria sendo atendida normalmente, sem nenhum tipo de prejuízo. A dona de casa Marinalva Costa, no entanto, não teve sucesso.

À reportagem, ela contou que não recebeu informações sobre a empresa. “Fui na Sesau saber o que aconteceria com as pessoas que utilizavam o SUS e eles só me disseram que um novo processo estava em licitação. Desde então eu espero por essa tal licitação para fazer meus exames”, lamentou.

SEM CONTRATO – Uma das clínicas que mantinha convênio com o Governo era a Proftalmo. Os atendimentos à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) eram realizados desde 2004. O sócio proprietário da clínica, o deputado federal Hiran Gonçalves, chegou a dizer que o contrato havia sido cancelado sem maiores explicações. À época, a Sesau esclareceu que o convênio havia vencido no dia 15 de junho de 2019 e que quando a secretária Cecília Lorezom assumiu a pasta, no dia 17 de junho, não houve como renová-lo em razão do vencimento do mesmo. Por este motivo, informou que abriria um novo credenciamento para o cadastro de empresas.

Sesau diz que população continua sendo atendida

A Sesau informou em nota que o novo credenciamento de serviços oftalmológicos está aberto desde o dia 30 de outubro e que o órgão aguarda a entrega da documentação das empresas que demonstraram interesse. Além disso, afirmou mais uma vez que a população continua sendo atendida normalmente, sem nenhum tipo de prejuízo. Conforme a nota, quando o atendimento oftalmológico é realizado na Clínica Especializada Coronel Mota (CECM) e o encaminhamento é deferido pelo especialista, o paciente deve levar a solicitação ao Complexo Regulador da Sesau, que funciona na rua Madri, 180, bairro Aeroporto, ao lado do Campus da Universidade Federal de Roraima (UFRR).