Cotidiano

Padre diz sofrer perseguição após denunciar caos no HGR

Anselmo Silva está internado desde o dia 14 de junho

Não é de hoje que o Hospital Geral de Roraima (HGR) vem sendo constantemente alvo de reclamação por parte de usuários e acompanhantes de pacientes. No dia 18 de junho, a FolhaWeb publicou matéria com a denúncia feita por padre Anselmo Silva, paciente cardíaco da unidade, que se queixou da falta de medicamentos e itens básicos. Esta semana, a situação dele ganhou um novo capítulo.

Conforme o sacerdote, que está internado no setor de cardiologia deste o dia 14 de junho, a situação do hospital, o maior do Estado, não melhorou após a publicação dos fatos relatados por ele.

“Aqui no HGR falta tudo. Não tem medicamento, nem tão pouco a estrutura física preste. O piso é um potencial transmissor de doenças infectocontagiosas. São pacientes com meningite, febre amarela, sarampo, catapora e outras moléstias, misturados pela falta de enfermarias e leitos”, relatou.

Em razão dessas reclamações, o padre revelou que passou a sofrer perseguição de uma funcionária da unidade, havendo inclusive tentativas de transferi-lo para outro local do hospital, colocando em risco a sua saúde já debilitada.

“É inegável que muitas mortes poderiam ser evitadas ou as pessoas teriam mais chances de sobrevivência se o governador não deixasse piorar todo o sistema de saúde do Estado. o que eles propagam na mídia, dizendo que está ‘cada dia melhor’, não passa de uma mentira que ofende a nossa inteligência”, completou.

A reportagem também teve acesso a um vídeo que mostra a complicada situação que os pacientes internados precisam passar diariamente. Por conta das chuvas quem vem caindo nos últimos dias, várias goteiras têm aparecido no local, potencializando ainda mais os riscos de proliferação de doenças.

“Para não parecer contraditório, vale ressaltar que o atendimento humano dos médicos e enfermeiros são de primeiro mundo, porém, eles não são capazes de fazer milagres, quando se falta de tudo para salvar vidas e curar os doentes”, salientou.

Diante das novas denúncias, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que esclareceu, por meio de nota, que a estrutura do HGR é antiga e que tal situação da unidade não é culpa dos sete meses de gestão do atual Governo.

A pasta segue reforçando que o abarrotamento de pacientes se dá pelo descaso da última gestão, que nem sequer terminou a obra do Bloco E da unidade. A finalização dessa última parte, segundo a Sesau, vai custar mais de R$ 15 milhões.

Ainda segundo a Secretaria, o Governo já autorizou a ordem de serviço para reforma do Bloco B do HGR, e que até hoje o Estado paga empréstimo feito na época da gestão do ex-governador José de Anchieta.

Com relação às denúncias sobre falta de medicamentos e tratamento desumano, feitas pelo sacerdote, a nota declara que tais afirmações são inverídicas, que a unidade está com os medicamentos em dia e que o paciente está sendo assistido pela equipe médica.

“O paciente padre Anselmo está realizando os últimos exames com TFD [Tratamento Fora de Domicílio] para ir a Recife”, finalizou. 

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