Cotidiano

Pandemia dobra demanda de setor funerário em Roraima

Cemitérios e empresas tentam dar conta do maior volume de sepultamentos

O aumento no número de óbitos no Brasil devido à covid-19 tem pressionado o setor funerário em todo o país. Em Roraima não é diferente. De acordo com o administrador do Parque Cemitério Campo da Saudade, Anselmo Martinez foi necessário fazer o remanejamento de funcionários e se adaptar a um novo protocolo de segurança. 

“A pandemia trouxe um volume de serviço a mais, mas ao mesmo tempo, agora é necessário oferecer um serviço mais ágil, a remoção do corpo é diretamente do local onde a pessoa faleceu para o cemitério. No setor funerário, não houve a necessidade de aumento de colaboradores, mas para isso foi necessário um remanejamento e ainda não completamos nosso quadro, ainda temos vagas de trabalho para serem preenchidas” relatou.

Segundo Anselmo, os colaboradores que atuavam como enterradores  estavam começando a ficar sobrecarregados, e para isso, os auxiliares de enterradores foram convocados para a função e novas vagas foram abertas para os serviços gerais.

“Existe ainda uma dificuldade para encontrar mão de obra qualificada, por que é uma função complexa, não é apenas colocar o caixão dentro de uma cova e jogar terra em cima. Existe um preparo psicológico muito grande na função do enterrador, por que ele está presente em um momento muito difícil para a família. Será um momento lembrado para sempre na vida dos familiares” relatou.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário, em 2020, o número de óbitos no Brasil cresceu 14,96% em relação ao ano anterior. Foram 1,45 milhão de mortos contra 1,26 milhão em 2019. Em Roraima, esse indíce chegou a 26,49% de aumento. 

Nos dois primeiros meses de 2021, alguns estados tiveram subidas enormes no número de mortes em relação ao mesmo período em 2020.  O país tem mais mortes no mundo acumuladas nos últimos sete dias, proporcionalmente, a cada 100 milhões de habitantes. Os estados de Amazonas, Roraima, Rondônia, Rio de Janeiro e Mato Grosso são, respectivamente, os que possuem as maiores taxas de mortalidade por 100 mil pessoas. 

De acordo com o administrador do Parque Cemitério Campo da Saudade, Anselmo Martinez foi necessário fazer o remanejamento de funcionários (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

Coronavírus provoca mudanças nos velórios

Anselmo reforçou os protocolos de saúde exigidos pela OMS diante dos enterros. “Para evitar o contágio, os sepultamentos ocorrem com os caixões lacrados e isso causa muita dor e dúvidas entre os familiares. Sem velórios ou com um número reduzido de pessoas e de tempo, a pessoa se pergunta se está mesmo enterrando o seu ente querido, muitos deles se desesperam, porém a recomendações são para familiares e profissionais da saúde e de funerárias, para evitar qualquer contato. ” reforçou.