Cotidiano

Preço da carne continua caro em açougues e supermercados

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

    

Somente este ano, foram feitos dois ajustes no preço da carne no Estado, sendo que o último ocorreu na segunda-feira (17), reduzindo o valor do produto em mais de 8%, no total. Apesar disso, alguns supermercados e açougues não estariam atuando de acordo com a nova tabela de preços ou até mesmo estariam cobrando bem acima do que deveriam.

A Folha procurou algumas empresas para saber se esses estabelecimentos já estão trabalhando com os novos preços. Em uma rede de supermercados da capital, esse reajuste só será aplicado a partir desta sexta-feira (21), segundo informou o gerente de açougue, Adriano Costa.

Costa explicou que ainda havia carga da remessa anterior sendo vendida e disse que a rede também não teria sido informada sobre os novos preços tabelados pela Coopercarne.

“O valor baixou de repente e ficamos sabendo segunda-feira pelo jornal a Folha. A cooperativa deve informar para a empresa pelo menos cinco dias antes, e não em cima da hora. Por conta do que ocorreu essa semana, tivemos que nos planejar durante todos esses dias para ofertar esses novos preços, pois um reajuste desses é muito bom para os consumidores e para o comércio”.

Já em outro supermercado, localizado no bairro São Vicente, zona sul da cidade, a queda de 4% nos valores da carne já está valendo desde terça-feira (18). Gerente-geral do estabelecimento, Ângelo Oliveira explicou que, como o proprietário do supermercado compra o produto diretamente da Coopercarne, o reajuste é aplicado imediatamente ao consumidor.

“Um dia depois dessa baixa, nós tivemos a iniciativa de repassar essa nova realidade à clientela. A gente se comprometeu de forma rápida, até mesmo para não perdemos espaço no mercado, pensando sempre no público”, acrescentou.

COOPERATIVA – Sobre a redução do valor da carne ainda não ter sido adotada em alguns estabelecimentos, o presidente da Coopercarne, Nadisson Pinheiro, afirma que a associação não tem poder sobre o valor final aplicado no mercado, mas determina apenas o que é pago ao produtor.

“Não podemos impor controles em cima do varejista, porque mercado é mercado! Cada um trabalha da forma que achar conveniente. De fato, tiveram alguns mercados que realmente repassaram essa redução, só que a gente não pode ficar forçando que todos apliquem também, porque pode ocorrer dos varejistas deixarem de comprar o produto com a gente. Por isso que sempre recomendamos que a população faça aquela pesquisa de preços antes de adquirir a carne”, esclareceu.

Procon Estadual recomenda pesquisa de preços ao consumidor

O coordenador do Procon Estadual, Lindomar Coutinho, pontuou que o Estado vem passado por uma fase inversa a do resto do Brasil, atualmente, onde o preço da carne tem disparado gradativamente. Porém ele alerta a população ao fato de alguns estabelecimentos não estarem aplicando esses reajustes.

“Se o consumidor verificar que não está chegando esse preço da carne na mesa, ele tem que procurar estabelecimentos que tenham preços diferenciados. Tem que pesquisar e ver onde está mais barato”, sustentou Coutinho.

Contudo, o titular do órgão de defesa do consumidor salientou que o Estado não pode intervir na economia e na maneira como é feita a venda do produto, já que, segundo ele afirmou, “o preço é livre”.

“Então o consumidor tem que pesquisar os preços e ver onde está mais barato, para poder ir comprar. Tem que privilegiar aqueles estabelecimentos que estão compatíveis com o que ele acha que pode pagar”, concluiu Lindomar.