Cotidiano

Produtores recebem orientação sobre finanças e exportação de frutas 

O grande desafio é a padronização das frutas, para que possam ser tipo exportação

Os pequenos produtores que fazem parte de um projeto de crescimento e fortalecimento da produção de melão no Estado estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira na sede da Seapa (Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para debater as primeiras definições para a viagem que vão fazer ao Nordeste, onde conhecerão unidades produtoras de melão em Fortaleza-CE e Mossoró-RN. 

Nesta primeira reunião os produtores tiveram a oportunidade de conhecer e conversar com os agentes das instituições financeiras, do Banco da Amazônia, Banco Brasil e Agência de Fomento Desenvolve Roraima e saber as ofertas de investimentos, além de apoio técnico da Seapa, Embrapa e Secretaria Federal da Agricultura. 

O secretário Emerson Baú informou que neste primeiro momento foi feita a abertura de diálogo com todos os entes envolvidos. 

“Estamos abrindo um canal de diálogo com as instituições financeiras e tirando dúvidas, de modo a quando os produtores fecharem negócios cuidar apenas do que é a praia deles, que é produzir os melões”, afirmou. “Começamos também a preparar o organizar o grupo que vai conhecer as unidades produtoras de melão em Fortaleza, no Ceará, e em Mossoró, Rio Grande do Norte, e estabelecer os critérios da negociação que será propostas pelo presidente da Abrafrutas (Associação Brasileira de Exportadores de Frutas), Luiz Barcelos”, afirmou.

Baú informou que até a próxima semana, antes do embarque do grupo, marcado para o dia 19, haverá reuniões setoriais específicas para tirar dúvidas dos produtores. 

“Vamos tratar os assuntos com rodadas de negócios pelos temas específicos, como tributação, direitos, financiamentos, formação de cooperativa e apoio técnico de campo, entre outros”, afirmou. 

Na questão de apoio técnico, Baú destacou como grande desafio a padronização das frutas, para que possam ser tipo exportação. 

“Vamos formatar essa parceria com o presidente da Abrafrutas, Luiz Barcelos, que é o maior produtor de melão do Brasil, e estabelecer com ele um padrão das frutas que nossos produtores irão exporta e trabalhar as necessidades de mercado exportador”, disse.

A ida dos produtores a Fortaleza e Mossoró está marcada para os dias 19, 20 e 21, deste mês, e a comitiva de Roraima será composta de cinco produtores, um técnico da Embrapa e um da Seapa, que vão fechar detalhes da negociação de vendas diretas de toda a produção e conhecer as técnicas de produção desenvolvidas nas unidades do Nordeste.

Segundo Baú, pelo menos 16 pequenos produtores demonstraram interesse nesse projeto de cultura no Estado e cada um vai plantar de cinco a dez hectares, que juntos vão somar, inicialmente, aproximadamente 100 hectares de melão nos municípios de Normandia, Bonfim e a região do Passarão, em Boa Vista. (R.R)

Para pesquisador da Embrapa, plantar melão no lavrado é viável 


Roberto Dantas defende a ideia de plantar melão em grande escala no Estado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O pesquisador da Embrapa Roraima, Roberto Dantas, é um dos membros da comissão que vai visitar a plantação de melão no Nordeste. Ele defende a ideia de plantar melão em grande escala no Estado e destacou alguns cuidados no manejo. 

“O lavrado é uma alternativa viável para plantar melão. No entanto tem que tomar alguns cuidados inerentes da região, especificamente no período de maior volume de chuvas e de diminuir a incidência de pragas”, disse.

Ele destacou que acompanha o trabalho de alguns produtores pioneiros que já plantam o melão há cerca de cinco anos no Estado.

“Estes produtores vêm trabalhando com o melão na base da experiência e na força de vontade, e temos tentado ajudar com pesquisas a favorecer essa cultura no Estado”, disse. 

Ele ressaltou que são mais de 20 de tipos de cultivares de melão e o melhor que se adaptar ao solo roraimense e à preferência da Abrafrutas é que será escolhido para ser plantado em Roraima. “Tudo que vamos conhecer nas unidades de produção em Mossoró, servirá de base para alavancar a cultura no Estado”, afirmou. 

“Essa oportunidade de melhorar nossa capacidade técnica de produzir é aguardada com muita expectativa”, disse. O produtor de melão Gevaldino Gregorato (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Gevaldino Gregorato é produtor há 28 anos na região do Passarão. Desde então planta melão, tendo cultivado cinco variedades do fruto. Hoje reduziu a três principais variedades em seis hectares e pretende aumentar a produção de acordo com o que o mercado oferecer de consumo. 

“Hoje planto o melão amarelo, ou comum, melão japonês e melão net, por serem os mais populares”, disse. “Estou há 28 anos esperando que aconteça alguma mudança e, ao que parece, vai acontecer agora, com essa iniciativa do governo, para que possamos produzir e exportar. E essa oportunidade de melhorar nossa capacidade técnica de produzir é aguardada com muita expectativa”, disse. 

O produtor Jorge Lopes já planta melão em pequena escala no Município do Bonfim e disse que vive a expectativa da visita às unidades produtivas de melão em Mossoró para adquirir conhecimento e novas técnicas. 

“Vamos conhecer de perto a viabilidade da produção do melão e fazer esta parceria para exportar a fruta para Europa; e isso nos sujeita a determinadas regras e temos que nos adequar a estes padrões”, disse. “Ainda estamos dando os primeiros passos para exportar, mas esperamos já no próximo ano estarmos prontos para aumentar nossa produção de melão, que hoje temos apenas cinco hectares plantados, e a perspectiva é aos poucos chegar a 100 hectares, dependendo da demanda de mercado”, disse.

Já Ricardo Bertin é produtor do Passarão e tem uma plantação de 4 hectares de melão. Ele destaca as condições climáticas e de terra para aumentar a produção. “A pretensão é expandir a área plantada, mas de acordo com a venda no mercado; e com essa visita ao maior pólo produtor de frutas do Brasil e conhecer as técnicas, vamos nos espelhar para conseguir ter êxito no Estado e aumentar também a produção por hectare, que hoje é de 15 toneladas, mas a intenção é aprender novas técnicas e chegar a 25 toneladas por hectare”, disse. (R.R)