Cotidiano

Projeto de RR é um dos dez finalistas de programa nacional

Proposta tratava de desenvolvimento de aplicativo para melhorar escolha de planos de saúde pela população 

O Instituto Federal de Roraima (IFRR) foi destaque durante a segunda edição do Empreenda Santander, programa de incentivo ao empreendedorismo no Brasil. A instituição foi a única representante do Estado e da região Norte no evento que aconteceu na terça-feira, 10, em São Paulo. 

Neste ano, as categorias eram divididas em três: Universidade e Microempreendedor, Universitário Empreendedor e Startup. O IFRR concorreu na etapa “Universitário Empreendedor”, mas ficou entre os dez finalistas em todo o país. A categoria visava a capacitação da instituição de ensino com bolsas de estudo e premiação em dinheiro para desenvolvimento do projeto.

A equipe, formada por três alunas do quarto semestre do curso de Gestão Hospitalar da unidade, participou do evento de anúncio dos finalistas. Embora não tenham levado a premiação, as acadêmicas abordaram o desenvolvimento do projeto.

Segundo o grupo, os alunos do curso receberam incentivo para elaborar um projeto e se inscrever no programa de empreendedorismo. As estudantes então criaram o projeto de um aplicativo que filtra opções de planos de saúde de acordo com a necessidade do cliente. O aplicativo ainda não saiu do papel, mas a proposta foi escolhida entre mais de duas mil inscrições.

A líder da equipe, Vitória Gurgel, de 21 anos, afirma que objetivo era desmistificar a ideia de que apenas pessoas com uma maior condição financeira poderiam ter planos de saúde.

A saúde tem que ser mais acessível e os planos tem que ser de acordo com a necessidade do cliente, se ele tem família, filhos ou é solteiro, informou o grupo.

“Queríamos trazer uma opção maior para a população. O aplicativo vai funcionar como um filtro, uma página de pesquisa, que seja de acordo com a realidade do interessado. Não podemos pensar que uma pessoa que recebe um salário mínimo tem condições de pagar um plano de saúde de R$ 300, R$ 400 ao mês”, disse.

Membro da equipe, a estudante Karolaine Freitas, de 21 anos, informou que a ideia do projeto surgiu através da própria necessidade encontrada na experiência do curso. “Vimos, durante a pesquisa, a necessidade das pessoas e encontramos barreiras. Tivemos que criar ideias para saber solucionar essas questões, então, foi um trabalho muito difícil, mas muito gratificante. Ficamos com a expectativa a mil frente à escolha do projeto”, declarou. 

Já para a terceira aluna, Aldenise Maico, de 20 anos, a experiência serviu não só para elaborar o projeto, mas para aprender a trabalhar em equipe.

“Foi uma das coisas que tivemos que aprender a fazer. Somos diferentes entre si e foi necessário saber a melhor forma de trabalhar, o que cada um poderia ficar responsável e desenvolver nossa pesquisa”, avaliou.

Professora diz que falta de incentivo à pesquisa não pode ser desmotivador

 A professora Cleide Fernandes, orientadora da equipe, destaca que o resultado é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido na instituição desde 2010, com a implantação do Núcleo de Inovação Tecnológica do IFRR.

“Essas ações não surgem de um mês para o outro, elas são construídas com o tempo, trabalhando em prol da produção científica. Entendo que o nosso papel enquanto instituição é produzir para a sociedade”, afirma.

A orientadora afirma que a falta de incentivo à pesquisa não pode ser um desmotivador. “Acredito que a vontade está dentro da gente. Dificuldades sempre vão existir e devemos criar soluções para essas situações”, acrescentou.

A reitora do IFRR, Sandra Botelho, completa dizendo que todo o processo de participação, escolha do projeto, apresentação e disputa na categoria é uma forma de contribuir com o conhecimento dos alunos do instituto.

“A equipe pode ser de um campus somente, mas representa toda a instituição e, em um nível, todo o Estado e até a região norte. Acredito que essa participação é só a primeira de muitas e vai definitivamente abrir portas para o Instituto Federal de Roraima”, finalizou.

O presidente do Santander Brasil, Sérgio Real, declarou que a instituição tem o compromisso com o ensino superior por entender que a educação é uma das molas propulsoras para o desenvolvimento do país. 

“Não há nada mais transformador do que a educação. A gente tem um papel importante em trazer a educação no ensino superior para a discussão, como ferramenta de inserção social, de maneira correta e sustentável”, declarou.

EMPREENDA SANTANDER – O banco Santander abriu em dezembro do ano passado as inscrições de seu programa de incentivo ao empreendedorismo no Brasil: o Empreenda Santander 2019. O programa faz parte do projeto global Santander X, com o qual o Banco promove o empreendedorismo universitário em todo o mundo.

O Empreenda Santander tem como objetivo fomentar o empreendedorismo em todo o Brasil e apoiar os negócios dos contemplados destes três perfis com apoio financeiro, bolsas de estudo e mentoria por até seis meses. (P.C.)

*A jornalista viajou para São Paulo a convite do Santander para cobrir o evento