Cotidiano

Projeto divide opinião entre pescadores e esportistas

Pescadores de várias regiões do estado têm demonstrado insatisfação com a proposta apresentada pelo Executivo

O projeto de lei apresentado pelo governo do estado, que dispõe sobre a proibição da captura, comercialização, embarque, transporte, processamento e industrialização do tucunaré, tem dividido opiniões.

De um lado os praticantes da pesca esportiva que são favoráveis ao projeto de lei, e do outro os pescadores de várias regiões do estado que têm demonstrado insatisfação com a proposta apresentada pelo Executivo.

Andrey Terada é praticante de pesca esportiva. Ele disse que o projeto sendo aprovado pela Assembleia Legislativa irá trazer benefícios para todos. “O benefício imediato é o fortalecimento do turismo, e junto vem o aumento na geração e emprego e renda. A médio prazo será o fortalecimento da rede hoteleira. Ninguém conhece mais o rio do que os pescadores, assim eles terão uma atividade extra, pois a diária paga a um guia de pesca vai de 80 reais a 130 reais por dia”, explicou.

O também pescador esportivo Cristiano Ricardo esclareceu que em Roraima existem cinco espécies de tucunaré, e o projeto de lei prevê a proibição de apenas duas delas. “O projeto, se aprovado, proibirá o abate de apenas duas, o tucunaré açú, de maior tamanho, e tucunaré ocellaris, de menor porte. Os pescadores ribeirinhos não serão prejudicados”, ressaltou.

O presidente do Sindicato dos Pescadores e Piscicultores de Caracaraí, Giorgino Ribeiro, acredita que o projeto de lei sendo aprovado trará prejuízos aos pescadores. “Usamos malhadores para pescar e como vamos seleciona o peixe ao ser pescado. Não temos como fazer isso. Jogamos o malhador no rio e no meio de outras espécies vem cinco ou seis tucunarés”, esclareceu.

“Como vamos agir para não sermos prejudicados, tendo em vista que o tucunaré morre ao ter contato com o malhador. Com certeza haverá um aumento no número de multas, o que será inevitável”, comentou Ribeiro.

Ainda de acordo com ele, o governo do estado precisa dialogar com o setor pesqueiro. “Gostaríamos que o Governo conversasse com os pescadores para que ninguém saia prejudicado com a possível aprovação dessa lei”, finalizou.