Roraima apresenta clima e solo favorável para diferentes investimentos na agricultura. Um deles é no plantio do caju, fruto rico em vitamina C e ferro encontrado em abundância principalmente no município de Normandia. Pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) juntamente com agricultores da região enxergaram a potencialidade do caju na agricultura local, e desenvolveu o projeto Polo do Cajueiro uma iniciativa que visa alcançar agricultura familiar para futuras produções de polpas, bebidas e comercialização da castanha.
Em janeiro a Embrapa disponibilizou para a prefeitura de Normandia cerca de 12 mil sementes variadas de caju que foram plantadas nos viveiros do município de Normandia, 6 mil mudas foram enxertadas e já estão prontas para serem plantadas em campos de até 50 hectares. O projeto beneficia diretamente 25 produtores já com expectativa de expansão para outros municípios como Cantá, Bonfim e até capital.
De acordo com o agricultor João Menezes, que também faz parte da diretoria do Polo do Cajueiro, o projeto traz esperança de melhoria de vida para os agricultores de Normandia. “O projeto vem sendo discutido desde 2018. Esse ano, conseguimos colocá-lo em execução para trazer novas oportunidades para uma agricultura que muitas vezes é ociosa e não possui grande geração de renda,” disse o agricultor.
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O TJRR informou que o assunto já está em discussão na via administrativa, não sendo possível antecipar detalhes sobre o mérito.
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Ainda de acordo com informações de João Menezes, o projeto está em fase de teste para verificação de clima e solo favorável, mas a expectativa é que dentro de um ano as primeiras produções de polpa, cajuína e castanhas já estejam disponíveis para venda. “São 57 famílias já inscritas no projeto e estima que cada uma seja responsável por 1 hectare com 208 plantas. Será início de uma fonte de renda, e estamos otimistas.”
Além de disponibilizar materiais para a execução do projeto, a Embrapa também vem capacitando técnicos e produtores para fazer o cultivo do caju. Objetivo é ter o caju como cultura principal da agricultura para também criar oportunidades de plantação da melancia, melão, abóbora, macaxeira e batata-doce.
Cajucultura produz quatro milhões de toneladas de castanha no mundo
De acordo com dados de pesquisadores da Embrapa, a cultura do caju apresenta grandes perspectivas de crescimento no mundo. A atividade está principalmente baseada na castanha. Por ano são produzidas quatro milhões de toneladas, a estimativa é que até 2025 o número seja de oito milhões. No Ceará a cajucultura traz forte importância socioeconômica para o nordeste. A produção de castanha em 2010 foi de 121.045 toneladas, 57.557 produtores distribuídos em cinco polos e VBP (valor bruto da produção) que alcançou mais de R$ 148 milhões.
O cultivo do caju é indicado para regiões de clima seco e quente perfil facilmente encontrado nos cerrados de Roraima por isso a SEAPA (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) trouxe cursos de capacitação para levar tecnologia ao agricultor do Estado. O incentivo da cajucultura em escala comercial pode trazer destaque a Roraima no cenário da agricultura familiar.
