Cotidiano

Psicóloga explica como é um relacionamento saudável

Alguns passos e o autoconhecimento servem para identificar um bom relacionamento

As sequências de histórias de amor que a FolhaBV contou durante esta semana fazem parte do especial de dia dos namorados. Para finalizar neste sábado, 12, a psicóloga Julia Arnaud explica sobre relacionamentos saudáveis.

Até o censo de 2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha 42,8% da população solteira. Na região norte cerca 57,8%. Agora, muitos têm procurando um relacionamento.

No entanto, segundo Julia, um namoro deve iniciar quando as pessoas envolvidas têm a certeza do que querem. O autoconhecimento é fundamental para que não haja frustrações com idealizações.

“Muitas vezes as pessoas buscam no companheiro aquilo que elas não são. Se eu quero um parceiro de determinada forma, então primeiro que eu seja assim. Porque senão, eu vou estar buscando preencher buracos que existem em mim com outras pessoas”, disse a psicóloga.

Outro fator importante é saber diferenciar que a própria felicidade não está com o companheiro. “O que a gente mais vê são pessoas tentando tapar buracos internos se envolvendo com outras pessoas. Um relacionamento saudável vem quando o indivíduo já se sente completo, já se sente feliz e já tem um bem-estar individual e o outro vem para agregar na vida”, explicou Julia.

Com isso alguns passos servem para identificar um bom relacionamento. Conforme a psicóloga, é preciso que cada um tenha o seu espaço e forme planos individuais, como também juntos.

É necessário ter os limites emocionais definidos e que o parceiro ou parceira saiba disso. Saber o que machuca, magoa e estressa além do que gosta e deixa feliz.

“Uma outra questão é ter validação e suporte no dia a dia. A pessoa pode ser quem ela, sem se preocupar com julgamentos, principalmente do parceiro. O que a gente vê é que as pessoas costumam ser a melhor versão no início do relacionamento. Como se ser perfeito fosse fazer a pessoa se apaixonar pela gente, só que essa não é a realidade. A pessoa tem que estar com a gente pelo que somos”, ressaltou Julia Arnaud.


Julia Arnaud: “A pessoa tem que estar com a gente pelo que somos”

RELACIONAMENTOS ABUSIVOS

A partir do momento em que os três últimos passos não estejam acontecendo, a possibilidade da pessoa estar em um relacionamento abusivo é grande. O que vira um ciclo, normalmente, difícil de sair.

“Relacionamentos abusivos, costumam tirar a autonomia da pessoa. Sempre precisa da permissão do parceiro ou parceira para fazer algo. Quando isso acontece, sempre existe o sentimento de culpa muito presente. O abusador sempre coloca a vítima como culpada de tudo e faz com que não ele não seja culpado. Isso afeta a autoestima, deixa as pessoas inseguras e elas não sabem como sair disso”, disse a psicóloga.

Como solução para isso, Julia orienta que é preciso entender os traumas e limites para que possa estar com outras pessoas de forma saudável.

“Quando o indivíduo não se conhece e não trabalha suas próprias carências, traumas e problemas individuais as chances de se envolver em um relacionamento abusivo é muito maior. Então quanto mais bem resolvida for a pessoa sozinha, mais chances de ter um relacionamento saudável”, disse.