Cotidiano

Queima de lixo em quintais gera transtornos a moradores

De janeiro a agosto deste ano, apesar do inverno, segundo a prefeitura de Boa Vista, foram 460 denúncias recebidas de queima de lixo em quintais.

Uma tradição nada agradável mantida por alguns moradores, a queima de lixo em quintais e terrenos baldios, já começa a incomodar moradores de diferentes bairros da cidade, que procuraram a Folha para denunciar que estão sendo prejudicados e que autoridades não estão resolvendo o caso que se repete a cada chegada do verão. De janeiro a agosto deste ano, apesar do inverno, segundo a prefeitura de Boa Vista, foram 460 denúncias recebidas de queima de lixo em quintais.

O fotografo Antônio Diniz, morador da Rua José Queiroz, no bairro Buritis, disse que a queima de lixo já começou bem antes do fim do inverno. Bastou não ter chovido no fim de semana para sua casa ficar tomada por fumaça e fuligem.

“Uma vizinha, que fica na outra rua, por trás da minha casa, queima lixo direto. Já liguei para os Bombeiros eles vem e apagam o fogo, mas ela volta a queimar. Já liguei para o 156 da Prefeitura e não resolveu. Então fui fazer uma denúncia formal, por escrito, direto na Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura, os fiscais vieram falaram com ela e ela disse que queimava lixo por que tinha deficiência mental. Mas o interessante é que ela dirige, faz compras em supermercado e vive aparentemente uma vida normal”, disse.    

Para a servidora pública Marinilda Cordeiro, moradora da Rua Professor Clovis Sousa, no Bairro Cinturão Verde, estender roupa passou a ser um martírio. 

“Só tenho o final de semana para lavar roupa e estender no varal, mas tem uns vizinhos que fazem questão de tocar fogo no lixo e a roupa fica impregnada de fumaça. Tem que lavar novamente e esperar a sorte de estender e não ter fumaça”, disse. “Limpamos nosso quintal duas ou três vezes por semana e colocamos as folhas das árvores em sacos plásticos para os coletores de lixo levarem. Porque estas pessoas não fazem o mesmo? Será tão difícil ou é mesmo preguiça?” disse. 

Marinilda disse ainda que por diversas vezes já ligou para o 156 da Prefeitura de Boa Vista mas que nunca foi atendida. 

“Eles querem que forneça o endereço onde está sendo feita a queimada, eu só sei que a fumaça chega na minha casa e de onde vem essa fumaça eles que procurem. É só vir ao bairro que vão ver que tem fumaça e procurar de onde vem”, afirmou.  

Em nota, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista informou que a Lei Municipal nº 947/2007 proíbe a queima de qualquer natureza dentro do município, como lixo, vegetal ou mato. 

Somente em 2018 foram registradas 844 denúncias por meio do 156 da Prefeitura de Boa Vista. “Das denúncias que recebemos 735 foram atendidas por terem sido detectadas no momento da queima, ou seja, mais de 87%. Em 2019, neste ano, 420 foram detectadas e autuadas”

Quando detectada a queima e o responsável, o mesmo é autuado no valor de 100 UFM (Unidade Fiscal Municipal) a 1.000 UFM em área particular, 150 UFM a 1.500 UFM em vias públicas e indústria de 160 a 1.600 UFM. A PMBV definiu a UFM em R$ 3,00 para este ano.

“A população pode colaborar com os órgãos de segurança, denunciando imediatamente, assim que avistar os focos de fumaça, para que haja a possibilidade de identificar, deter e responsabilizar o autor e até mesmo evitar que o pequeno fogo se torne um grande incêndio. Para denúncias, a população pode contatar a Central de Atendimento pelo 156 ou na sede da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA). O denunciante deve informar o local exato que está ocorrendo a poluição atmosférica, para que uma equipe de fiscalização agende uma vistoria”. (R.R)