Cotidiano

Resultados de exames eram alterados e Detran fez a denúncia

As investigações tiveram início, após o diretor presidente do Detran, Igo Brasil, ter comunicado que uma possível fraude poderia estar ocorrendo no órgão.

Cerca de 200 alunos de autoescolas foram aprovados após o resultado das provas para emissão de Carteira Nacional de Habilitação ter sido modificado no sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Essa informação foi descoberta pela Operação Avatar realizada pela Polícia Civil por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (DRCAP) e Divisão Especial de Combate a Corrupção (Decor).

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em autoescolas de Boa Vista, e contra pessoas suspeitas de terem praticados a inserção de dados falsos no sistema do Detran.

O delegado titular da Decor, Juseilton Costa e Silva, explicou que há três meses a investigação teve início, após o diretor presidente do Detran, Igo Brasil, ter comunicado que uma possível fraude poderia estar ocorrendo no órgão.

“Estavam tendo acesso ao sistema do Detran e modificando os resultados de provas de condutores. Ou seja, o candidato era reprovado e no sistema a informação lançada pelo avaliador era alterada para que ele fosse aprovado. A partir dessa comunicação começamos a nossa investigação, verificando os endereços de acessos e quem estava fazendo esses acessos. Com o levantamento ingressamos com o pedido Judicial de mandado de busca e apreensão”, detalhou o delegado.

De acordo com o delegado geral de Polícia Civil, Herbert Amorim, os perfis eram criados em nome de ex-servidores do órgão.

“A operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão em residências, autoescolas de pessoas envolvidas na fraude e, desses, um mandado foi cumprido no Detran. Um funcionário terceirizado do Detran foi afastado de suas funções, para que seja averiguada a participação dele no esquema criminoso”, explicou.

“Cumprimos os mandados de busca e apreensão, agora estamos ouvindo essas pessoas, e vamos averiguar a participação delas no esquema para apontarmos quem são todos os envolvidos na fraude. A pena por esse tipo de crime pode ultrapassar os 12 anos de prisão”, destacou o delegado.