Cotidiano

Roraima é campeão de brigas e desentendimentos entre casais

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 10.000 mulheres entre 22 e 23 de junho

Não bastasse o medo de se infectar, outro medo assola as mulheres brasileiras. O confinamento social faz com que casais passem mais tempo juntos, o que amplia os conflitos familiares. Dados da ONU demonstram que houve um aumento nas denúncias formais de abuso desde que a pandemia começou. 

O estudo, realizado pela Famivita, uma empresa de comércio de produtos para saúde, constatou que 4% das brasileiras já sofreram violência doméstica nos últimos meses. Considerando 40 milhões de mulheres vivendo em união, são 1,6 milhões de casos só na pandemia. E o mais preocupante é que, conforme o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, da ONU, o lugar mais perigoso do mundo para uma mulher é a sua própria casa.

O estudo ainda identificou que 61% dos casais estão passando mais tempo juntos agora, do que antes da pandemia, o que pode ser um dos fatores que faz com que a violência aumente. Além disso, a incidência de violência entre os jovens até 24 anos e pessoas na faixa dos 40 anos, é mais alta.

Outro fator, são as brigas. Dentre todos os estados brasileiros, o número de brigas, conflitos e divergências aumentou 27% entre os casais participantes. Os mais jovens e menos estabelecidos estão entre os que mais discutiram desde que a pandemia começou.

Roraima é o estado campeão de brigas e desentendimentos entre casais, com 38% dos participantes. No Rio de Janeiro, 31% dos casais aumentaram o número de brigas, e um dos reflexos, é o percentual de violência doméstica no estado, que é de 4%. São Paulo também teve aumento de 27% nos desentendimentos, e registra 4% de mulheres que sofrem violência doméstica.

MÉTODO DE PESQUISA

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 10.000 mulheres entre 22 e 23 de junho. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet com as seguintes perguntas:

-Você passou mais tempo com seu parceiro ou sua parceira do que antes do coronavírus?

-Houve mais brigas conflitos ou divergências entre você e seu parceiro ou sua parceira?

-Você sofreu violência doméstica desde o início da pandemia?

-Você soube de casos de violência doméstica contra crianças em seu entorno durante a pandemia?

-Seu(s) filho(s) sofreram algum tipo de violência doméstica desde o início da pandemia?

Por Jornal Dia a Dia