Cotidiano

Secretário afirma que vai ajudar a combater ilícitos na Sesau

VIVIANE GRIZOTTI

Editoria de Cidades

Em seu discurso de posse na manhã desta sexta-feira (3), o novo secretário de Saúde, Allan Garcês, afirmou que uma de suas primeiras ações será procurar o Ministério Público estadual (MPRR) para oficializar uma lista de empresas suspeitas de corrupção, para serem investigadas. “A primeira coisa que a gente precisa saber é quem são os atores. Depois disso, evidentemente, eu vou procurar com a minha equipe, porque existem também, dentro da Secretaria, pessoas atuando de forma irregular. Então, precisamos identificar e, identificando, tomaremos as medidas necessárias”, garantiu.

Garcês foi empossado em meio à crise que vive a Saúde do estado. Questionado sobre os desafios de assumir a pasta com denúncias de corrupção, investigações das policias Civil e Federal e instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), o secretário afirmou ainda que é necessária uma quebra de paradigmas: “Nós vamos quebrar alguns costumes e alguns padrões dentro da Sesau. É imprescindível, porque você não tem como caminhar na atividade pública administrativa de gestão com uma corrupção que corrói as suas ações. É um grande desafio, sem dúvida nenhuma. Não vai ser fácil, mas a gente não está aqui achando que vai ser um mar de rosas, mas vamos encarar com austeridade”, ressaltou. O secretário afirmou que já sabia da situação crítica que encontraria, pois quando ainda estava no ministério da Saúde estudou sobre a questão. “Eu sei como estava a gestão, eu sei das dificuldades”, disse. Garcês é o quarto secretário a assumir a pasta no primeiro ano de gestão do governador Antonio Denarium.

Ainda nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa, após a posse, o secretário foi questionado sobre supostas denúncias envolvendo seu nome e respondeu que as informações são improcedentes. “As acusações foram divulgadas em um blog pago pelo governo do Maranhão, com a intenção de me caluniar por ser convidado para fazer parte do governo de transição da presidência. Eu fui acusado pelo blog de que eu teria falsificado o crachá para estar no governo de transição. Como é que eu iria circular dentro de um ambiente onde o presidente da República, eleito, iria circular com toda a investigação que existe da Abin [Agência Brasileira de Investigação]? Eu iria circular com um crachá fraudado, falsificado?”, questionou Garcês. Sobre o trabalho a ser realizado no interior do estado, o secretário afirmou ter um planejamento a curto, médio e longo prazo. Um deles é visitar os municípios do interior para se promover ações de saúde.

 

Sobre a intenção do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, de colocar à frente da Sesau alguém de sua confiança, o governador Antonio Denarium afirmou que o ministro tem especial atenção ao estado de Roraima: “Nós temos um excelente relacionamento com o Mandetta, que olha com muito carinho a saúde de todo o Brasil, em especial a de Roraima. Então é muito salutar, é muito bom para o estado ter um profissional da confiança do ministro aqui, para a Saúde. E o relacionamento também, da Sesau, vai estar muito mais próximo para chegar até o Ministério da Saúde”.

 

ENFERMAGEM – Denarium informou não ver motivos para a continuação da greve: “O nosso estado vizinho, o Amazonas, está com quatro meses de salários atrasados e o pessoal não está em greve. Estão pedindo apenas para receber o salário. Hoje nós estamos reestruturando toda a nossa Saúde, tem insumos, tem medicamentos, o centro cirúrgico está desbloqueado, estamos pagando em dia, então eu não vejo nenhum motivo para continuação dessa greve. E o mais prejudicado é a população. Só agora, no mês de dezembro, mais de 300 pessoas deixaram de ser cirurgiadas devido a essa greve”.

 

IMIGRAÇÃO – A respeito do impacto da imigração venezuelana na Saúde, o governador explicou que, apesar da sinalização de que a Operação Acolhida vai focar, no próximo ano, no processo de interiorização, o Governo ainda não tem previsão de ressarcimento ou complementação de verba para a Saúde mesmo com o aumento populacional que já atingiu o quantitativo previsto para 2029. “Até hoje o governo federal não colocou nenhum centavo de recurso para o governo de Roraima, para ampliar o atendimento aos venezuelanos. O Estado já entrou com ação de restituição de despesas com venezuelanos no Supremo Tribunal Federal, mas ainda não houve acordo, não houve conciliação. Toda essa carga está sendo carregada pelo governo do Roraima”, ressaltou Denarium.