Cotidiano

Servidor público cai em golpe e é atacado por quadrilha de travestis

O servidor público Augusto Valente procurou a Folha para contar que foi vítima de um de golpe praticado por um rapaz que se identificou como motorista de aplicativo de transporte e no final, foi atacado e roubado por uma quadrilha de travestis.

“Retornamos para casa de um evento de rua, eu e minha namorada, e não conseguimos chamar pelo celular um motorista de aplicativo de transporte. Então, por volta das 23h30, eu e minha namorada fomos para frente do 6º BEC [Batalhão de Engenharia e Construção], na Avenida Ene Garcez, e como o trânsito estava bastante congestionado começamos a perguntar quem era motorista de aplicativo, até que um rapaz de no máximo 20 anos de idade disse que era, perguntou para onde íamos, acertamos o valor e entramos no carro”, relatou.

Para o bairro Cauamé, onde a namorada de Valente ficou, o motorista cobrou 15 reais, e do Cauamé até o Alvorada, bairro onde mora o funcionário público, foram mais 15 reais. “Já na ida para minha casa, esse motorista dirigiu pela Avenida Ataíde Teive e quando entramos no Alvorada, próximo do semáforo da loja Duas Rodas, ele parou o carro dizendo que o pneu havia estourado. Só que eu não lembro de ter ouvido um estouro ou algo desse tipo. Mas me recordo perfeitamente que ainda no trajeto, esse condutor recebeu uma ligação de alguém e disse assim ‘se prepara que estou chegando’. Como eu estava mexendo no meu aparelho nem dei atenção”, recordou o passageiro.

O funcionário público contou que o motorista desceu do veículo, abriu o porta-malas e pediu para ele descer. “Quando desci, observei que logo próximo, em uma esquina, tinha um grupo de seis travestis. Até aí tudo bem, achei normal, até porque ali é uma área que tem muitas delas. Fiquei do lado do motorista para ajudá-lo e de repente fui atacado com um golpe de gravata no pescoço. Eram quatro travestis que me imobilizaram e duas ficaram só olhando, tiraram o dinheiro da minha carteira e tomaram meu celular. Pedi ajuda ao motorista e ele entrou no carro e foi embora. Achei que o pior fosse me acontecer. Mas graças a Deus não me agrediram fisicamente, só me roubaram e saíram correndo”, detalhou .

Depois do ocorrido, Valente disse que começou a ligar as coisas. “Era um jovem se passando de motorista de aplicativo, mas supostamente deve fazer parte de uma quadrilha junto com as travestis. A ligação que ele recebeu com certeza foi de alguma dessas travestis. No percurso nem me toquei de olhar o celular no suporte para o aparelho, onde os motoristas credenciados às empresas de aplicativo de transporte acompanham o trajeto. Fui muito displicente, passei por esse perrengue e que sirva de alerta para outras pessoas”, alertou o funcionário público. 

“Depois do ocorrido, um rapaz apareceu, perguntou se eu estava bem e disse para eu ter muito cuidado porque naquela região as travestis costumam fazer vítimas. Inclusive me disse que já assaltaram um casal e furaram o rapaz”, contou, dizendo que não registrou um boletim de ocorrência, porque já foi assaltado em plena luz do dia, junto com duas senhoras que estavam na parada de ônibus, por dois rapazes de moto. “Chamamos a polícia que rodou pelas imediações e não deu em nada”, concluiu.

Especialista em segurança faz um alerta quanto ao uso de aplicativos


A especialista em segurança pública, Carla Domingues, disse que é preciso sempre desconfiar (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

A especialista em segurança pública, Carla Domingues, afirmou que atualmente as pessoas devem ter muito cuidado. “Com o atual cenário de violência no Estado, a criminalidade mudou. Crimes que acontecem em grandes centros estão se tornando comuns em Boa Vista, em Roraima”, ressaltou.

Ela orientou que não se pode mais acreditar na boa vontade das pessoas, sendo necessário sempre desconfiar. “No caso dessa suposta quadrilha, que eu acredito que seja de fato uma quadrilha, esse motorista e cumplices já estejam acostumados a fazer vítimas. Não duvido não que daqui a alguns dias comecem a surgir mais casos”, comentou Carla.

“Os usuários nunca devem chamar um carro que não seja pelo aplicativo, onde os motoristas estão credenciados pelas empresas. Mas, mesmo assim, é sempre bom informar a um parente ou a um amigo que está pegando um carro tal com placa tal”, comentou a especialista em segurança. (E.R.)