Cotidiano

Servidores farão manifestação contra projeto que repactua dívidas

A manifestação contra a aprovação está programada para ocorrer no dia 14 de junho e deve envolver todos os servidores públicos de Roraima

VANESSA FERNANDES 

RAISSA CARVALHO

Sindicatos de diversas categorias estiveram nos corredores da Assembleia Legislativa durante a sessão extraordinária que ocorreu de portas fechadas nessa quarta-feira, 05, para combater a apreciação do projeto de repactuação de dívidas do governo estadual. Vinte parlamentares participaram da sessão. O placar encerrou com 16 votos favoráveis e quatro contrários. Após a aprovação do projeto, os sindicalistas confirmaram que ele penaliza os servidores com redução de salário e até demissões e disseram que uma manifestação contra a aprovação irá ocorrer no dia 14 de junho.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima – Sintraima, Francisco Figueira, questionou que apenas servidores públicos são penalizados.

“Por que não retirar a isenção dos produtores e comerciantes? Os produtores de Roraima já tiveram grandes lucros e não geram empregos. Hoje, cinco pessoas podem tomar conta de uma lavoura de 10 mil hectares, já que as máquinas tomam conta de tudo. Já tivemos experiências com empréstimos do Estado que no final tivemos que pagar a conta” disse.

Melquizedek Menezes, Presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do estado de Roraima, diz que há muito tempo o servidor vem pagando pela situação precária que o Estado se encontra.

“O profissional de enfermagem recebe o menor vencimento que está sendo pago no poder público estadual, temos condições precárias de trabalho e há mais de quatro anos não recebemos revisão geral anual. É inadmissível o governo colocar este projeto pra ser votado e aprovado, sem antes priorizar nossas particularidades. Não aceitamos a forma como foi imposta na casa Legislativa” completou.

Para o presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado de Roraima – SINTAGRR, Claudionei Simon, além do governo não cumprir as leis de reajuste de vencimentos, não há a devida valorização ao servidor prometida em campanha.

“Hoje somos a mão forte do governo para viabilizar o setor produtivo no estado. Existiu uma pretensão do governo em inviabilizar estas leis. Soubemos inclusive que o Supremo indeferiu a tentativa de inviabilizar estes projetos. Nossa grande preocupação é a forma como o governo impôs esta lei no Legislativo sem antes discutir com servidores e sociedade geral” explicou.

Representante do Movimento Organização da Educação, a professora Albanira Cordeiro falou sobre os recursos recebidos durante a intervenção federal e que o projeto não vai melhorar em nada a situação do estado.

“Um estudo para resolver o problema do estado apontou o valor de R$ 230 milhões, se era preciso esse valor para arrumar, por que não resolveu? O que foi feito desse dinheiro? Por que não colocou tudo em dia? Por que agora com R$10 milhões vão resolver? É claro que não é o dinheiro, são medidas contra os servidores que eles estão buscando, nós não podemos aceitar que eles congelem o salário, acabem com os concursos”, disse.

OUTRO LADO – Em nota, a Casa Civil de Roraima justifica que com a repactuação da dívida o Estado terá a possibilidade de readequação de receitas e despesas de custeio, como pagamento de fornecedores e manutenção dos salários de servidores em dia. “O que só é possível com a aprovação do projeto de lei 67/19 e a inclusão de Roraima no Plano de Recuperação Fiscal do Governo Federal. o Estado encontra-se em estado de calamidade financeira conforme Decreto 9.602, de 8 dezembro de 2018, em vigência até junho de 2019”